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09/11/2005 - 11h53

Caso do maníaco do parque vira filme

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ROBERTO HIRAO
do Agora

Seis anos depois de confessar o assassinato de 11 mulheres nas matas do Parque do Estado, em São Paulo, o mais famoso serial killer brasileiro, conhecido como Maníaco do Parque, está de volta. Desta vez, sem a mobilização da polícia, o alarido dos meios de comunicação nem o terror das mocinhas.

A história de Francisco de Assis Pereira, que foi preso aos 30 anos, foi transformada em filme --com autorização do criminoso e da família de boa parte das vítimas-- por um cineasta da "Boca", um pólo de produção de filmes populares de São Paulo, localizada em plena zona de prostituição e que teve seu auge nas décadas de 70 e 80.

Divulgação
Criminoso e familiares das vítimas autorizaram filme
Criminoso e familiares das vítimas autorizaram filme
O homem em questão é Rubens da Silva Prado, mais conhecido como Alex Prado. Seus filmes se enquadram na estética "trash" e são, ao mesmo tempo, ingênuos e violentos. Ele não se importa em ser classificado como brega por seus próprios colegas da "Boca". Prado diz que faz filmes de que o povo gosta e lembra que foi ele o pioneiro dos bangue-bangues nacionais. Em 1968, ele criou o personagem Gregório 38, que aparece na maioria de seus longa-metragens, interpretado por ele mesmo.

No meio cinematográfico, havia muita expectativa em torno de "Maníaco do Parque". Era um projeto diferente na carreira de 60 filmes de Prado, que completa 61 anos em dezembro. A produção, no entanto, parece ter sido atingida por uma maldição.

O produtor e diretor Alex Prado descobriu que tinha um tumor no cérebro e teve de ser submetido a uma delicada cirurgia. Ficou dois anos parado. Sem ele, o filme não foi em frente. Pouco depois, a equipe foi abalada com a morte, num acidente de trânsito, de Cleber Armeloni, que interpretou o maníaco na infância na cidade de Guaraci (476 km de SP).

Divulgação
Data de lançamento ainda não foi definida
Data de lançamento ainda não foi definida
Apesar da descrença geral, o filme ficou pronto. As vítimas são interpretadas por modelos desconhecidas, selecionadas em agências de São Paulo. Cláudio Mello, um estudante de teatro que tem semelhança física com o maníaco, foi escolhido para o papel-título.

O Agora também assistiu ao "Maníaco do Parque" em primeira mão. O filme tem uma narrativa linear e oferece tudo bem mastigado para o espectador. Nas cenas em que o maníaco é endemoniado, o próprio diabo aparece em cena. A produção está um pouco acima do nível da "Boca" e conta a história com simplicidade. "Para o grande público entender", diz Prado, que pretende lançar o filme num cinema popular, como o Marabá.

A data de lançamento ainda não foi definida e depende da liberação de uma verba (já aprovada) de R$ 347 mil da Ancine (Agência Nacional de Cinema), para a confecção de cópias, cartazes e fotos.

Caso real

Duas mulheres sobreviveram aos ataques do maníaco e deram informações para a elaboração de um retrato falado. Quando a imagem foi divulgada, Francisco de Assis Pereira fugiu para o Sul e foi parar na cidade gaúcha de Itaqui, na fronteira com a Argentina. Lá, foi reconhecido por um pescador e acabou preso. Trazido de volta para São Paulo, fez uma detalhada confissão de seus crimes.

Ele alegou possuir dupla personalidade e assegurou que "torcia para que seu lado ruim não se manifestasse". Levado a júri popular, foi condenado a 147 anos de prisão. Cumpre pena em Itaí (300 km de SP), numa penitenciária exclusiva para criminosos sexuais.

O caso permanece vivo na memória dos paulistanos. Numa pesquisa do Ibope sobre os crimes mais lembrados em São Paulo, feita por solicitação da Associação Nacional de Membros do Ministério Público, incluindo 13 opções, os do maníaco tiveram 75% dos votos, seguido pelo do cantor Belo. A Operação Anaconda ficou em 8º.

Especial
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