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10/03/2006
-
15h47
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
da Folha de S. Paulo
Tão regular quanto a existência das Bienais do Livro é a presença de Ziraldo Alves Pinto, 73, arrastando uma legião de seguidores em busca de autógrafos nas suas cópias de "O Menino Maluquinho", "O Bichinho da Maçã" e mais o que ele estiver lançando no ano em questão.
"Quando eu lanço livro na Bienal, em geral é uma farra danada, filas que dão volta no quarteirão, já virou uma coisa meio folclórica. E o mais especial para mim são os pais que um dia foram pegar autógrafos e que agora levam os filhos", conta, orgulhoso, Ziraldo.
Este ano, dividindo as atenções com o indefectível "Maluquinho" --que tem um almanaque comemorativo de seus 25 anos lançado agora, com ilustrações de vários artistas--, o autor apresenta "O Menino da Lua", que conta a história de uma turma de garotos que habita os planetas do sistema solar, além do satélite da Terra. Ziraldo descreve o livro como "pretensioso", referindo-se ao tempo que levou para burilar o texto.
"Gastei cinco anos para fazer esse livro; ele "enguiçou". Às vezes acontece de você não achar a linguagem exata, você tem uma idéia genial, mas não consegue desenvolver. Tem que botar o livro na gaveta e olhar meses depois, para ver a droga que você estava fazendo", explica Ziraldo.
Ele completa a explicação delimitando as diferenças entre o escritor e o desenhista: "Eu gosto muito de desenhar, desenho como quem respira. Mas escrever é um desafio, qualquer frase pode ficar melhor se eu trabalhar mais. É como [o poeta] João Cabral [de Melo Neto] falou, não tem essa coisa de espontaneidade não, cada poema meu é um parto".
Trabalhoso ou não, Ziraldo pretende desenvolver uma nova turma de personagens infantis com "O Menino da Lua" --já há projeto para criar um livro para cada menino. E mesmo sendo um autor "decano", como ele mesmo se define, Ziraldo não utiliza consultoria infantil, como a de seus netos, para escrever histórias.
"Eu fui menino, não preciso consultar crianças para escrever livros infantis. Só pergunto se o nome dos jogos continuam os mesmos, se as matérias da escola não mudaram etc."
Com o sucesso continuado de suas obras, notoriamente de "O Menino Maluquinho", fica difícil contestar. A propósito, o que explica o tal "sucesso continuado"?
"As pessoas se identificam com o Maluquinho. E ele é durável porque não fala de circunstâncias, ele fala de sentimentos, de saudade, paixão, coisas que falam sobre a condição humana."
Especial
Leia a cobertura completa sobre a Bienal
Ícone da Bienal, Ziraldo dá luz ao "Menino da Lua"
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da Folha de S. Paulo
Tão regular quanto a existência das Bienais do Livro é a presença de Ziraldo Alves Pinto, 73, arrastando uma legião de seguidores em busca de autógrafos nas suas cópias de "O Menino Maluquinho", "O Bichinho da Maçã" e mais o que ele estiver lançando no ano em questão.
"Quando eu lanço livro na Bienal, em geral é uma farra danada, filas que dão volta no quarteirão, já virou uma coisa meio folclórica. E o mais especial para mim são os pais que um dia foram pegar autógrafos e que agora levam os filhos", conta, orgulhoso, Ziraldo.
Este ano, dividindo as atenções com o indefectível "Maluquinho" --que tem um almanaque comemorativo de seus 25 anos lançado agora, com ilustrações de vários artistas--, o autor apresenta "O Menino da Lua", que conta a história de uma turma de garotos que habita os planetas do sistema solar, além do satélite da Terra. Ziraldo descreve o livro como "pretensioso", referindo-se ao tempo que levou para burilar o texto.
"Gastei cinco anos para fazer esse livro; ele "enguiçou". Às vezes acontece de você não achar a linguagem exata, você tem uma idéia genial, mas não consegue desenvolver. Tem que botar o livro na gaveta e olhar meses depois, para ver a droga que você estava fazendo", explica Ziraldo.
Ele completa a explicação delimitando as diferenças entre o escritor e o desenhista: "Eu gosto muito de desenhar, desenho como quem respira. Mas escrever é um desafio, qualquer frase pode ficar melhor se eu trabalhar mais. É como [o poeta] João Cabral [de Melo Neto] falou, não tem essa coisa de espontaneidade não, cada poema meu é um parto".
Trabalhoso ou não, Ziraldo pretende desenvolver uma nova turma de personagens infantis com "O Menino da Lua" --já há projeto para criar um livro para cada menino. E mesmo sendo um autor "decano", como ele mesmo se define, Ziraldo não utiliza consultoria infantil, como a de seus netos, para escrever histórias.
"Eu fui menino, não preciso consultar crianças para escrever livros infantis. Só pergunto se o nome dos jogos continuam os mesmos, se as matérias da escola não mudaram etc."
Com o sucesso continuado de suas obras, notoriamente de "O Menino Maluquinho", fica difícil contestar. A propósito, o que explica o tal "sucesso continuado"?
"As pessoas se identificam com o Maluquinho. E ele é durável porque não fala de circunstâncias, ele fala de sentimentos, de saudade, paixão, coisas que falam sobre a condição humana."
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