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24/03/2006 - 10h48

Jack Johnson fala da carreira e do Brasil em entrevista

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MÁRVIO DOS ANJOS
da Folha de S.Paulo

"Estou com 30 anos, mas acho que o sucesso veio na hora certa", afirma com serenidade o cantor havaiano e ex-surfista profissional Jack Johnson, que se apresenta nos dias 7 e 8 de abril em São Paulo e no Rio, respectivamente. "Se viesse um pouco antes, talvez eu não estivesse tão equilibrado."

Ao telefone com a Folha, o cantor e compositor da música estrangeira mais tocada nas rádios de São Paulo na semana passada, "Upside Down", e do sucesso noveleiro "Sitting, Waiting, Wishing", mostra que estereótipos sempre associados a surfistas não colam nele.

Max Nash/AP Photo
Jack Johnson vem ao Brasil para dois shows em abril
Jack Johnson vem ao Brasil para dois shows em abril
"Como já estive do outro lado da câmera, sei o que devo ou não dizer. Sei que existe a projeção que as pessoas fazem de mim e quem de fato sou. Por isso, tento me policiar para que o que eu diga não tome uma proporção exageradamente importante ou exageradamente engraçada."

Pai de um filho, cujo nome não revela para evitar exposição, Johnson largou competições e carreira de cinema. Ele estudou a sétima arte na Universidade da Califórnia em Santa Barbara e chegou a realizar documentários premiados sobre surfe, mas a paixão pela câmera passou.

Som tranqüilo

"Não tenho mais a intenção de filmar de novo. Hoje minha vida é uma busca pelo equilíbrio entre o surfe e a música. Se conseguir isso, estarei bem", diz.

A carreira de Jack Johnson é, de fato, uma bela metáfora desse equilíbrio. Nos discos, a banda é chamada de Jack Johnson and His Friends (e seus amigos). Seu rock tranqüilo é uma mistura da tradição da canção folk acústica americana com um sentimento de "surf music" inspirado em reggae e rap.

O resultado é um som que agrada tanto adolescentes quanto adultos. Agora, até as crianças de língua inglesa farão parte do público de Johnson, uma vez que a trilha sonora do longa animado "Curious George", um macaquinho, foi composta por ele.

Foi uma experiência que Johnson gostou, mas que lhe apresentou o desafio de se comunicar com o público-alvo do desenho sem se transformar numa caricatura de si. "Tive de ter um pouco mais de tato na escolha das palavras, embora não tenha mudado quase nada no meu som. O legal é que músicas como "Upside Down" acabaram fazendo sucesso com platéias mais crescidas. Quando a gente toca essa, o público recebe com entusiasmo."

Segundo o artista, pouca coisa mudou da época em que se apresentava na faculdade para o momento atual de uma megaturnê. Ele continua se apresentando com três amigos --e, nos discos, sempre assina Jack Johnson and His Friends. "É bom contar com o apoio deles", diz Johnson, que foi descoberto por Ben Harper, que também tocou em "Curious George". O grupo tem baixo, bateria, piano e Johnson.

Como sempre espera uma questão sobre seu passado surfista --quando tinha patrocinador e ganhava provas em Pipeline--, pergunto a Johnson se ele pretende pegar onda no Brasil.

"Já me informei com alguns amigos brasileiros que surfavam comigo. Vou tentar", responde ele, que, em seus dois últimos CDs de carreira, contou com a produção do brasileiro Mário Caldato.

"O Mário foi muito importante. Ele captou nossa sonoridade ao vivo no disco, além de ter me apresentado a muita coisa de música brasileira. Gostei muito de conhecer a obra de artistas como Baden Powell e João Gilberto, foi importante", conta. E a tranqüilidade surfe-bossa nova deve continuar, já que ele não morre de amores pela guitarra elétrica. "Já usei em algumas canções, mas meu som está num caminho que segue mais pelo reggae do que pelo rock", diz ele, afirmando que, embora Bob Dylan seja uma de suas influências, não se pautará "pelas guinadas dos outros".

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