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30/05/2006
-
11h00
da Folha de S.Paulo, no Rio
Eventos com autores falando sobre como escrevem existem aos montes. Mas, segundo as jornalistas Cristiane Costa e Valéria Lamego, "Laboratório do Escritor", série que começa hoje no CCBB do Rio, quer ir além e abrir a "caixa preta" da produção literária.
"Eventualmente, você vê nos encontros o escritor falar de seu processo de criação, mas não de forma sistematizada. A gente achava que havia uma grande curiosidade do público sobre como se dá esse processo, desde a hora em que o escritor teve a idéia de um determinado livro até o momento em que tem de lidar com editores, críticos e o sucesso ou o fracasso", explica Cristiane Costa.
O primeiro a enfrentar o roteiro de perguntas das duas jornalistas -e também escritoras- será Milton Hatoum, amazonense radicado em São Paulo. Um dos principais romancistas contemporâneos do país, ele fala hoje, a partir das 18h30, sobre os livros "Relato de um Certo Oriente" (1989), "Dois Irmãos" (2000) e "Cinzas do Norte" (2005), além do que está produzindo a respeito de lendas amazônicas para uma coleção internacional. Os próximos nomes da série são Luiz Alfredo Garcia-Roza (6 de julho), Silviano Santiago (3 de agosto), Luiz Vilela (19 de setembro), João Ubaldo Ribeiro (5 de outubro) e Lygia Bojunga (9 de novembro).
"Uma de nossas preocupações era representar com a escolha desses autores a diversidade da nossa literatura contemporânea. A literatura brasileira atual é extremamente rica e diversa, rompeu com a idéia de geração, libertou-se do crivo político e da "igrejinha estética", parafraseando Mário de Andrade", afirma Lamego. As organizadoras enfatizam que o "laboratório do escritor" não se restringe ao período de produção de um livro, mas se estende ao momento em que a obra se torna pública, passando pelo contato com os editores.
"A relação com a crítica, por exemplo, é uma boa discussão. Nossos autores escrevem para o grande público ou para os críticos e o público mais qualificado? Além disso, cada vez mais, editores palpitam em títulos, sugerem cortes para melhorar o ritmo narrativo e até apontam falhas de continuidade. Às vezes o escritor precisa desse segundo olhar", diz Costa.
Laboratório do Escritor
Quando: começa hoje, às 18h30, com Milton Hatoum
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil do Rio (r. Primeiro de Março, 66, centro, tel. 0/xx/21 3808-2020)
Quanto: entrada franca
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Eventos com autores falando sobre como escrevem existem aos montes. Mas, segundo as jornalistas Cristiane Costa e Valéria Lamego, "Laboratório do Escritor", série que começa hoje no CCBB do Rio, quer ir além e abrir a "caixa preta" da produção literária.
"Eventualmente, você vê nos encontros o escritor falar de seu processo de criação, mas não de forma sistematizada. A gente achava que havia uma grande curiosidade do público sobre como se dá esse processo, desde a hora em que o escritor teve a idéia de um determinado livro até o momento em que tem de lidar com editores, críticos e o sucesso ou o fracasso", explica Cristiane Costa.
O primeiro a enfrentar o roteiro de perguntas das duas jornalistas -e também escritoras- será Milton Hatoum, amazonense radicado em São Paulo. Um dos principais romancistas contemporâneos do país, ele fala hoje, a partir das 18h30, sobre os livros "Relato de um Certo Oriente" (1989), "Dois Irmãos" (2000) e "Cinzas do Norte" (2005), além do que está produzindo a respeito de lendas amazônicas para uma coleção internacional. Os próximos nomes da série são Luiz Alfredo Garcia-Roza (6 de julho), Silviano Santiago (3 de agosto), Luiz Vilela (19 de setembro), João Ubaldo Ribeiro (5 de outubro) e Lygia Bojunga (9 de novembro).
"Uma de nossas preocupações era representar com a escolha desses autores a diversidade da nossa literatura contemporânea. A literatura brasileira atual é extremamente rica e diversa, rompeu com a idéia de geração, libertou-se do crivo político e da "igrejinha estética", parafraseando Mário de Andrade", afirma Lamego. As organizadoras enfatizam que o "laboratório do escritor" não se restringe ao período de produção de um livro, mas se estende ao momento em que a obra se torna pública, passando pelo contato com os editores.
"A relação com a crítica, por exemplo, é uma boa discussão. Nossos autores escrevem para o grande público ou para os críticos e o público mais qualificado? Além disso, cada vez mais, editores palpitam em títulos, sugerem cortes para melhorar o ritmo narrativo e até apontam falhas de continuidade. Às vezes o escritor precisa desse segundo olhar", diz Costa.
Laboratório do Escritor
Quando: começa hoje, às 18h30, com Milton Hatoum
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil do Rio (r. Primeiro de Março, 66, centro, tel. 0/xx/21 3808-2020)
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