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25/09/2006 - 09h46

Comédia "rock" setentista dá largada ao Festival do Rio

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SILVANA ARANTES
da Folha de S.Paulo, no Rio

A competição de longas brasileiros no Festival do Rio começou com "uma comédia romântica e fantasia rock'n'roll", conforme o diretor José Emílio Rondeau define seu "1972", exibido na última sexta.

Júlia (Dandara Guerra, filha da atriz Claudia Ohana com o cineasta Ruy Guerra), garota da zona sul carioca, e Snoopy (o estreante Rafael Rocha), suburbano de Realengo, encontram-se no ano do título --durante a ditadura militar brasileira, portanto-- quando tentam assistir a "Gimme Shelter", documentário sobre os Stones.

Oficiosamente censurada, a sessão sequer começa e ainda termina em repressão policial aos espectadores frustrados.

O episódio do quebra-quebra no cinema é baseado em memórias reais de Rondeau e da roteirista e co-diretora Ana Maria Bahiana, que tem larga carreira de crítica de cinema.

Mas a conjuntura política do período não ocupa mais do que essa faceta lateral do filme, todo debruçado sobre o casal e as dificuldades de seu amor.

Há a melhor amiga dela, também interessada nele; há o melhor amigo dele e guitarrista da banda (vivido por Bem Gil, filho do músico e ministro da Cultura, Gilberto Gil), que duvida do romance; e há o almofadinha "paulista metido a carioca" que disputa o coração dela.

Para Rondeau, a Buena Vista, que lançará o longa nos cinemas em 24/11, terá o "desafio" de atrair os dois públicos-alvo da produção: "Quem tem mais de 40 anos e a memória da época e os jovens de hoje".

A aposta de "Os 12 Trabalhos", segundo longa do paulista Ricardo Elias ("De Passagem"), concorrente apresentado no sábado, é outra.

O que Elias propõe é, de novo, uma visão de São Paulo (a de hoje) a partir da periferia, com um jovem negro em idade de formação no papel principal.

Heracles (Sidney Santiago), depois de uma passagem pela Febem, é posto à prova por um dia, numa agência de motoboys. Se tudo der certo, terá o emprego. Tudo dá certo. E errado também.

O diretor reconhece o parentesco temático deste seu novo longa com o anterior. "O jovem das classes C e D é mal representado no audiovisual. Normalmente, ele é associado à violência. Interessa mostrar outra visão", diz o cineasta. Releitura do mito de Hércules, o filme faz com que seu protagonista viva "proezas hercúleas para tentar mudar de vida", como cita Elias.

Quanto à forma, Elias afirma haver-se sentido "mais seguro" para experimentar em "Os 12 Trabalhos" maior dose de "ousadia formal do que no [trabalho] anterior".

Assim como "1972", o terceiro longa brasileiro na disputa, "Sonhos e Desejos", de Marcelo Santiago, programado para ontem, é ambientado na década de 70, desta vez com mais ênfase na resistência à ditadura.

Hoje, é a vez do produtor Flávio Tambellini exibir "O Passageiro -- Segredos de Adulto", título que leva a assinatura dele na direção.

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