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31/10/2006 - 12h11

Nos 80 anos da morte de Houdini, livro mostra seu lado "espião"

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ROBERTO ARNAZ
da Efe, em Nova York

Diversos ensaios e filmes abordaram a vida de Harry Houdini (1874-1926). Agora, no 80º aniversário da morte desse mágico de fama mundial, um novo livro revela seu segredo mais bem guardado: o grande ilusionista foi espião.

"A Vida Secreta de Houdini", livro que está sendo lançado hoje em Nova York, retrata a biografia do artista desde a extrema pobreza que viveu em seus primeiros anos até a fama internacional, sua faceta de espião e o suposto complô que acabou com sua vida, na noite mais mágica do ano --a do Halloween.

Divulgação
Ilusionista foi também espião
Ilusionista foi também espião
O especialista em magia William Kalush e o escritor Larry "Ratso" Sloman dedicaram vários anos pesquisando cerca de 700 mil anotações e documentos. Os papéis o levaram à conclusão de que a ascensão da carreira do mítico mágico deveu-se a um ofício mais mundano: a espionagem.

Os autores chegaram a essa certeza ao analisarem o diário de William Melville, chefe do incipiente serviço secreto britânico (o MIM-5) do início do século 20, no qual são feitas várias referências a Harry Houdini --judeu húngaro nascido em Budapeste que migrou com a família para os Estados Unidos com quatro anos.

Segundo o texto, Ehrich Weiss, verdadeiro nome do mito da magia, manteve durante anos contatos clandestinos com os serviços secretos dos EUA e do Reino Unido para informar sobre o que via em suas inúmeras viagens pelo mundo. Em contrapartida, pediu que sua carreira fosse lançada em nível internacional.

Manchetes

Após quase uma década atuando em pequenos museus pelo simbólico preço de 1 dime (moeda de US$ 0,10), de repente sua magia encheu primeiro as manchetes dos jornais de Chicago, e depois de todo os EUA. As páginas da biografia apontam um acordo de ajuda mútua com a polícia de Chicago.

Um fato semelhante aconteceu na Inglaterra, onde Houdini entrou em contato com Melville, que lhe proporcionou vários contratos de atuação por toda a Europa, em troca de trabalhos de espionagem e contra-espionagem para a Scotland Yard.

Graças à sua fama mundial, durante os primeiros anos do século 20 o ilusionista informou as atividades da polícia alemã aos serviços secretos americano e britânico e acompanhou de perto as atividades dos anarquistas russos.

Reviravolta

Em 1920, porém, a morte de sua mãe gerou uma reviravolta em sua atividade de espião. A partir desse momento, ele se dedicou a desmascarar mágicos, médiuns e todos aqueles que se consideravam aptos a se comunicar com mortos, já que os considerava farsantes.

Essa missão o levou a criar inimizades com um de seus grandes amigos, Sir Arthur Conan Doyle, escritor espírita que criou "Sherlock Holmes" e que considerava Houdini um poderoso médium.

O livro sugere que a caça às bruxas iniciada por Houdini pode ter provocado as duas agressões físicas que lhe causaram as lesões internas que provocaram sua morte, após realizar seu último número em Detroit (EUA).

Espiões

Apesar das revelações do texto, Houdini não foi o primeiro ilusionista da história a colaborar com os serviços de espionagem. Antes, em meados do século 19, o francês Jean Eugène Robert-Houdin (1805-1871) --cujo sobrenome o jovem Ehrich Weiss tomou emprestado para seu nome artístico-- foi enviado por seu governo a uma de suas colônias, a Argélia, para atemorizar os nativos com o poder da magia francesa.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o ilusionista Joseph Dunninger colaborou com as Forças Armadas dos EUA para melhorar as técnicas de camuflagem dos militares.

Nos anos 50, a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) contratou o mágico John Mulholland para que treinasse os agentes, entre outras coisas, para que pudessem introduzir drogas na bebida de seus alvos.

Durante a Guerra Fria, os desertores da Alemanha Oriental eram retirados do país em carros equipados com caixas no porta-malas iguais às que os ilusionistas usavam nos palcos para seus truques de desaparecimento.

Especial
  • Leia tudo o que já foi publicado sobre Houdini
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