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10/11/2006 - 11h28

Brasileiros no Japão matam saudade com canal de TV em português

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da France Presse, em Osaka

Residem atualmente no Japão cerca de 300 mil brasileiros, que aproveitam todas as oportunidades para matar as saudades que sentem de casa e, com isso, fazem crescer a audiência de um canal local que transmite apenas em português.

A empresa IPC, fundada há uma década por iniciativa de Yoshio Muranaga, um japonês que viveu mais de 30 anos no Brasil, oferece, mediante um sistema de assinatura com o aluguel de um aparelho decodificador, os sinais dos canais internacionais da Televisión Española (TVE) e da Globo. O canal de maior audiência, porém, é o 333, com muitas produções próprias, entre elas novelas e principalmente notícias sobre a comunidade brasileira no Japão.

A participação do Brasil nos mundiais (feminino, atualmente disputado, e masculino) de vôlei fez a aproximação, primeiro na cidade de Kobe e depois em Osaka, com Roberto e Cacilda Santos Lopes, um casal de repórteres paulistas que vivem no Japão há 13 anos. Ela, de origem nipônica e cujo sobrenome de solteira é Kurie Sugano, é apresentadora e se encarrega da cobertura jornalística. Ele é o cinegrafista e editor das imagens que transmite pela internet.

"Nos encarregamos da cobertura de todos os eventos internacionais de que o Brasil e o Japão participam. Há muitas associações que realizam intercâmbios culturais. Cuidamos da área de Kansai [Osaka, Kobe e Kioto] e de Nagoya e sua região, a província de Haichi, onde há mais brasileiros", conta Cacilda.

A jornalista explica ainda que a existência desse canal está vinculada à dificuldade de alguns brasileiros em aprender japonês e à existência de meia centena de escolas em português em todo o país. "A maioria dos brasileiros trabalha em fábricas, mas pouco a pouco há cada vez mais empresários, lidando com restaurantes ou colégios. Há umas 50 escolas habilitadas pelo Ministério da Educação brasileiro. E há muitos brasileiros que não compreendem bem o japonês. Por isso, transmitimos as principais notícias do mundo em português."

"O japonês não é tão difícil de se aprender, mas, é claro, isso depende de cada um. Por exemplo, em minha casa meus pais falavam um pouco em japonês e eu estava acostumada. Uma pessoa pode aprender a falar em uns dois anos. Já escrever é outra história", acrescenta Cacilda.

À margem do mundial de vôlei, outra notícia que chama atenção, segundo a jornalista, é a aproximação do centenário da imigração japonesa para o Brasil, do porto de Kobe para o de Santos.

"No porto de Kobe ainda existe o edifício onde se centralizava toda essa imigração. Que recebia gente de todo o Japão, onde lhes eram dadas noções de português e explicações sobre para onde iam. Agora estamos lutando para que esse prédio seja declarado patrimônio cultural pelo governo, e assim evitar sua demolição."

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