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17/01/2007 - 10h31

Em seu 25º ano, Centro Cultural São Paulo é reestruturado

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FABIO CYPRIANO
da Folha de S.Paulo

O Centro Cultural São Paulo (CCSP) irá completar 25 anos no próximo dia 13 de maio e está sendo reestruturado para cumprir novas funções. "Vejo esse local como um navio encalhado. Estamos agora buscando fazer com que ele deslanche novamente", diz o professor da USP Martin Grossmann, que assumiu a direção do local no fim do ano passado.

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Novo diretor do CCSP, Martin Grossman, que diz ver o local como um "navio encalhado"
Novo diretor do CCSP, Martin Grossman, que diz ver o local como um "navio encalhado"
Com 50 mil m2, portanto bem maior que o prédio da Bienal de São Paulo, com seus 30 mil m2, o CCSP é dos espaços culturais com maior visitação na cidade: são, em média, 2.000 pessoas por dia, sendo a biblioteca a mais visitada da capital e a única aberta aos domingos, segundo seu diretor.

Inaugurado em 1982, a partir do projeto dos arquitetos Luis Telles e Eurico Prado Lopes, o CCSP foi inspirado no Centro Georges Pompidou, aberto em Paris, em 1977, a partir de uma orientação interdisciplinar que reunia, no mesmo teto, espaços expositivos, de pesquisa, artes cênicas e cinema. A princípio o local seria uma extensão da Biblioteca Mário de Andrade, mas, após o então secretário de Cultura municipal, Mário Chamie, visitar o Pompidou, os planos mudaram.

"Creio que herdamos por demasiado uma visão européia de organizar um centro cultural, e as áreas aqui acabaram se tornando pouco mescladas. Estamos reestruturando esse espaço para que haja maior diálogo entre as disciplinas que estão alocadas aqui, como cinema, dança, artes plásticas e teatro", conta Grossmann.

Um exemplo da nova forma de organização deve ocorrer em março, quando a mulher será o tema principal abordado pelas distintas áreas do CCSP. "Queremos agora valorizar o híbrido, que tem muito mais a ver com a produção contemporânea", afirma o diretor.

Internacionalização

Outro novo eixo de atuação do "navio encalhado" é a internacionalização da programação. "A Prefeitura de São Paulo tem convênio com a cidade de Paris e vamos utilizá-lo bastante aqui, promovendo residências artísticas, não só em artes plásticas", diz Grossmann.

A Pinacoteca do Município, que reúne as obras de artes da prefeitura e está subordinada ao CCSP, deve mudar de nome, passando a se chamar Coleção da Cidade. O piso Flávio de Carvalho, utilizado principalmente para funções burocráticas, deve passar a abrigar parte dessa coleção, com mostras temáticas, quando a reforma do espaço for concluída.
Na próxima semana, contudo, por conta do aniversário da cidade, o CCSP já irá expor as novas aquisições da coleção, recebidas por conta do convênio com a exposição Paralela, organizada por galerias de arte da cidade durante a última Bienal. A exposição ocorrerá na Galeria Olido, no centro, também subordinada ao CCSP. A programação de cinema do local, aliás, já está sendo montada a partir da orientação do responsável pela área no CCSP.

Uma nova modalidade de aquisição foi firmada entre a instituição e o Centro Cultural Banco do Brasil. "Como eles financiam a produção de trabalhos de alguns artistas para as exposições que lá acontecem, firmamos uma parceria para que esses artistas doem uma obra da mostra para o CCSP, o que já ocorreu com Edouard Fraipont e espero que aconteça agora com o Amílcar Packer", explica o diretor.

Na programação dos 25 anos estão previstas também a montagem de uma exposição e a elaboração de um livro sobre a arquitetura do próprio espaço. "Não entendo por que o projeto de Telles e Lopes não é valorizado, já que temos tão poucos prédios públicos tão arrojados", afirma Grossmann, que encomendou ensaios fotográficos a artistas paulistanos.

Especial
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