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22/12/2000 - 12h44

Novo filme da Disney é parábola inteligente e sem pretensões

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da Reuters
em São Paulo

O diretor Mark Dindal e seu grupo de animação fazem quase uma pequena revolução silenciosa em "A Nova Onda do Imperador" ao apostar, de uma forma despretensiosa, em um humor irreverente e no desenvolvimento da arte de contar histórias.

Em meio à tradicional chuva de filmes com a meta de divertir a garotada durante as férias, o novo desenho animado da Walt Disney, que estréia no país no dia 29, com pré-estréias a partir desta sexta, promete não só bater de frente contra pesos-pesados como "102 Dálmatas" e "O Grinch" como tornar-se um clássico, graças ao brilho dado à comédia inteligente e à exploração dos personagens em detrimento de agitadas cenas de animação.

"A Nova Onda do Imperador" consegue se diferenciar com sucesso de outros desenhos da Disney, como "Tarzan" (1999), ao fugir da mera animação de fácil apelo ao público.

No entanto, a velha moral da história está lá, mas ela não é nem reacionária nem fora de moda. O valor da amizade e da solidariedade sem pieguismo é o que o filme tenta passar para o seu público infantil e, dentro do atual contexto social mundial, é até um recado bem-vindo.

A história disseca as peripécias de um imperador inca mimado, Kuzco (voz de David Spade no original e de Selton Mello na versão dublada), que se desenvolve como ser humano ao se ver transformado em lhama pela sua invejosa conselheira real Yzma (Eartha Kitt em inglês e Marieta Severo em português).

Abusando de uma suave tonalidade de cor e da ênfase na caricatura dos personagens, o desenho convida o espectador a andar em uma espécie de montanha-russa. Kuzco, dependente da ajuda do camponês de bom coração Pacha (John Goodman na versão em inglês e Humberto Martins na dublada) para voltar ao reino e transformar-se de novo em imperador e vive mil aventuras na floresta com o seu futuro amigo, num desenrolar de acontecimentos que mostram a imaginação fértil dos seus criadores.

Mas os animadores inovaram principalmente na forma de contar a história, que enfoca o desenvolvimentos dos personagens principais e é marcada por originais vaivéns no roteiro.

Momentos de criatividade simples e pouco comum na história dos desenhos da Disney - que geralmente apostam no formato linear - são quando Kuzco aparece na tela como lhama e, com todo o seu egoísmo, lembra o público de que a história é dele e não do camponês. Kuzco depois aponta com uma caneta onde ele está escondido no desenho e risca a figura de Pacha.

Algo que prometia ser mais que um atrativo é a trilha sonora do filme, composta por Sting e David Hartley. O cantor Ed Motta fez a versão em português para a música de Sting "My Funny Friend and Me" (Mundo Perfeito).

A versão dublada não deixou a desejar. Marieta Severo, Selton Mello, Humberto Martins e Guilherme Briggs não deixaram a peteca cair. O grupo conseguiu adicionar improvisos e qualidade ao material ao acrescentar elementos da linguagem coloquial, criando uma maior proximidade com o público nacional.

Ao contrário da maioria dos desenhos da Disney, "A Nova Onda do Imperador" é certamente um humor muito mais dirigido aos adultos do que à criançada, embora ambos tenham tudo para se divertir no cinema durante as férias.
 

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