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08/01/2001 - 12h12

Documentário mostra jazz como trilha sonora da história dos EUA

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da Reuters
em Nova York

O diretor Ken Burns passou seis anos para realizar seu último projeto "Jazz, um filme de Ken Burns". O documentário de 18 horas consistiu numa análise minuciosa de centenas de arquivos fotográficos e dúzias de outras fontes de sequências cinematográficas.

"O que ficou no filme foi uma fração do que coletamos, estudamos e usamos para trabalhar", disse, estimando que 40 ou 50 fotos foram vistas para cada uma incluída no documentário, que irá ao ar no dia 8 de janeiro na emissora PBS.

"Levamos tempo para descobrir os arquivos, fazer as entrevistas e criar um roteiro que não é uma caminhada superficial pela história, mas uma complicada narrativa que trata de outros temas além do jazz", declarou.

Os outros temas incluem as Guerras Mundiais, as grandes depressões econômicas, abusos de drogas e a queda e o renascimento de cidades. Além disso, há o que Burns chama de "pequenos temas", que consiste no registro de como as pessoas se vestiam, os carros que elas tinham, as estradas que elas usavam e os alimentos que comiam.

Burns diz que "Jazz" - assim como "Beisebol" (1994) e "Guerra Civil" (1990), documentários também dirigidos por ele - tenta discutir temas raciais na história dos EUA.

"Eu sou curioso sobre meu país", disse. "A principal coisa que me faz levantar todas as manhãs é fazer um filme que satisfaça para mim esta questão de quem somos nós. Não respondê-la, mas perguntá-la".

"O jazz é esta maravilhosa justiça poética, a única forma de arte que os norte-americanos inventaram. Nasceu numa comunidade que teve a experiência de não ser livre numa terra livre".

O documentário dá vários exemplos da desigualdade enfrentada por músicos negros - adorados pelas audiências brancas, mas forçados a usar, em estações de trens e ônibus, salas de espera para "pessoas de cor", além de serem recusados em restaurantes.

Em excursão pelo sul, Duke Ellington foi chamado de "Stravinsky africano", mas seus fãs negros eram relegados aos piores lugares nos locais onde ele tocava, enquanto os hotéis o excluíam junto com sua banda.

"Temos sido um país de contradições - não só externamente, mas internamente. Eu faço filmes para trazê-las à tona e falar sobre esta contradição interna", declarou.
 

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