Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/10/2003 - 14h20

Advogados dizem que o game GTA 3 incentivou tiroteio nos EUA

Publicidade

da Folha Online

A fabricante do popular game Grand Theft Auto 3, Take-Two Interactive Software, a publisher do jogo, Sony Computer Entertainment of America, e a grande varejista Wal-Mart estão sendo processadas em US$ 246 milhões sob acusações de que o jogo teria inspirado dois adolescentes a iniciar um tiroteio em uma auto-estrada dos EUA, deixando um homem morto e uma mulher seriamente ferida.

Os irmãos William Buckner, 16, e Joshua Buckner, 14, de Newport (Tennessee), confessaram a autoria do tiroteio e foram julgados em agosto. A sentença ainda não foi determinada. Eles disseram que depois de jogar o videogame, pegaram as armas que ficavam trancadas em uma sala de suas casas e decidiram sair atirando aleatoriamente em trailers, exatamente como faziam no jogo.

Um dos disparos atingiu a cabeça e matou Aaron Hamel, 45. Kimberly Bede, 19, que viajava em outro carro ficou seriamente ferida.
"É difícil entender o motivo que levaria dois garotos a fazer isso", disse Richard Talley, um dos advogados responsáveis pela abertura do processo. Ele defende as famílias de Bede e Hamel. "Eram crianças normais. Não usavam drogas e nem tinham registro de qualquer ato semelhante."

O processo exige US$ 46 milhões de indenização e outros US$ 200 milhões por punição.

Sem razão

Para a desenvolvedora do game, a Take-Two Interactive Software, de Nova York, a ação não tem razão de existir. Em comunicado, a empresa disse que "pretende se defender de todas as formas contra a ação e fazê-la perder o valor".

Já uma porta-voz da Sony, responsável pela distribuição do jogo, disse que a empresa não comenta processos em andamento.

E Karen Burk, porta-voz do Wal-Mart, também se negou a comentar o caso, dizendo que os advogados da rede ainda não foram comunicados sobre ele.

Ponto de vista

David Levine, professor de Direito da Hasting College, em San Francisco, disse que acha difícil provar que o jogo incentive comportamentos como este. "O simples fato de ter servido de modelo para a ação de dois garotos não quer dizer que seja regra", disse. "É preciso provar a intenção do jogo em se tornar um modelo de comportamento."

Mas os advogados responsáveis pela abertura do processo dizem que os acusados deveriam saber as consequências de produzir e comercializar um jogo desse tipo.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página