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09/04/2007 - 11h42

Donos das maiores comunidades do Orkut falam de fama e assédio

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ROBERTA SALOMONE
Colaboração para o Folhateen

Eles não foram escalados para a novela das oito nem costumam dar autógrafos por aí, mas, na internet, levam vida de celebridade.

Gilvan Barreto/Folha Imagem
Paulo Mascarenhas, 28, é criador de "Eu odeio acordar cedo", com 3,5 milhões de integrantes
Paulo Mascarenhas, 28, é criador de "Eu odeio acordar cedo", com 3,5 milhões de integrantes
Cantadas e recados vindos de todos os cantos do país chegam, diariamente, para eles. "Recebo cerca de 60 mensagens por dia e não posso negar que isso é gostoso", diz o carioca João Paulo Mascarenhas, 28, criador da "Eu odeio acordar cedo", a maior comunidade do Orkut.

Consultor de uma agência de viagens de intercâmbio, ele coordena mais de 3,5 milhões de integrantes em sua página. Sem ganhar um tostão. Apenas pelo prazer de ser famoso e querido no mundo virtual.

Além de João Paulo, o Folhateen ouviu outros seis donos de comunidades com mais de 1 milhão de participantes. Juntos, eles conseguiram a proeza de atrair cerca de 15 milhões de pessoas (para se ter uma idéia, a capital mais os 38 municípios que compõem a Grande São Paulo reúnem 19 milhões).

E, ao contrário do que muita gente pensa, não é só criar uma comunidade e deixar rolar. Conduzir a empreitada dá trabalho. "Só respondo mensagens que me interessam", garante o gaúcho Fábio Possamai, 27, da "Só mais 5 minutinhos", que tem mais de 1,6 milhão de pessoas que adoram enrolar um pouco mais na cama pela manhã. "Quem pede coisas como "relacione a minha comunidade" não tem resposta", diz.

Fábio, que já perdeu a conta de quantos amigos fez, é formado em biologia, estuda filosofia e ainda tem tempo para gerenciar mais cinco comunidades.

O esforço de Fábio não é incomum. Carolina Meireles, 26, por exemplo, estava penando para administrar "Deus me disse: desce e arrasa", que reúne 1,8 milhão de membros que acham que não vieram ao mundo a passeio, e "Eu abro a geladeira para pensar", com 1,1 milhão. A solução? Elegeu pessoas para servi-la única e exclusivamente. "Se eu quisesse deixar as comunidades como gosto, teria que passar o dia em frente ao micro. Graças aos mediadores, tenho tudo organizado."

Idealizador de 30 comunidades (a maior, "Eu amo fim de semana", tem 2,6 milhões de integrantes), Cláudio Sérgio, 27, fez uma seleção rigorosa antes de definir os seus ajudantes. "Eles não podem ter perfil falso, têm que ter disponibilidade, mas não têm o poder de expulsar ninguém. Isso só o dono."

Mesmo com o auxílio de cinco moderadores, Ana (que não quis dar o sobrenome), 17, gasta quatro horas por dia para responder todas as mensagens.

Tem duas comunidades e mais de 600 amigos relacionados ao seu perfil. Os pais sabem que ela vive na internet, mas não imaginam a fama da filha.

"Acho que eles não gostariam de saber. Depois que a minha maior comunidade (1,2 milhão de integrantes) ganhou força, comecei a ser reconhecida por muita gente", diz a estudante.

Antonio Carlos Júnior, 25, aproveita a situação para fazer novos amigos e, principalmente, conhecer pretendentes. A ajuda vem de sua principal comunidade (ele tem dez), batizada de "Eu quero um amor pra vida toda" (1,3 milhão). Deu certo: já arrumou namorada.

Dona de "Sou legal, não tô te dando mole" e de outras nove comunidades, Flávia Janot, 27, curte o assédio, mas não o ciúme do namorado. "Ele está sempre de olho nas minhas mensagens", revela a jornalista.

"O Orkut devia repartir um pouco de seu lucro com os criadores das maiores comunidades. Um real por membro não seria nada mal, não é?" Nada mal mesmo. Flávia embolsaria uma bolada: R$ 1,4 milhão.

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