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25/10/2000 - 05h15

Novo estudo contesta votação eletrônica

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BRUNO GARATTONI, da Folha de S.Paulo

Depois de apresentar problemas técnicos em Horizontina (RS) e em duas cidades do Maranhão, em que votos foram perdidos ou contados de forma errada, o sistema de urnas eletrônicas deverá sofrer novas críticas hoje.

Durante o Simpósio de Segurança em Informática, que está sendo realizado no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (interior do Estado de São Paulo), o engenheiro Amilcar Brunazo apresentará um estudo em que analisa os equipamentos usados nas eleições deste ano.

"A urna eletrônica é uma caixa preta: ela não permite conferir a apuração, e o número do eleitor é digitado quando ele vai votar", afirma Brunazo. Segundo ele, como o microterminal (aparelho em que os mesários digitam o número do título) é conectado à urna, seria possível descobrir em quais candidatos cada eleitor votou: "As duas informações estão na memória da mesma máquina", diz. De acordo com Brunazo, a solução seria desconectar os dois aparelhos.

A impossibilidade de recontar os votos poderia ser contornada com a impressão de cada voto eletrônico em uma cédula de papel: "O eleitor veria um papel com seu voto por uma janelinha de plástico na urna e, assim que confirmasse o voto, a cédula seria automaticamente jogada em uma urna tradicional acoplada à urna eletrônica", sugere.

No relatório, que está disponível para download no endereço www.brunazo.eng.br/voto-e/arquivos/SSI2000.zip, Brunazo ataca outros elementos do processo, como o programa de criptografia (codificação) utilizado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para proteger as informações e o sistema operacional empregado nas urnas eletrônicas.

Segundo ele, o maior problema é que o TSE não divulgou o código fonte desses programas.

O código fonte de um software é um arquivo que traz todas as instruções e operações que ele pode realizar. Para que um programa possa ser usado, esse código deve passar por um processo conhecido como "compilação". Depois de compilado, um programa se torna ilegível, ou seja, o seu conteúdo não pode ser analisado.

"O TSE apresentou uma parte dos programas, mas eles não são compilados na nossa frente. Esses programas podem conter vícios ocultos", afirma Brunazo.

Na opinião dele, o TSE não correria riscos se divulgasse o algoritmo (método) de criptografia usado para proteger os resultados eleitorais contra adulterações: "Bastaria escolher um algoritmo que resistisse a tentativas de fraude matemática durante o período da apuração", acredita.

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