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29/12/2006 - 00h53

Desaparece na Argentina outra testemunha de crimes da ditadura

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da France Presse, em Buenos Aires

Um pedreiro que testemunhou no Congresso argentino contra um ex-policial ligado à violação dos direitos humanos, em maio passado, está desaparecido desde a noite de quarta-feira (28), informou uma dirigente humanitária.

"Luis Gerez saiu para comprar carne na noite de quarta-feira e não voltou", disse a presidente da Associação de Ex-Detidos-Desaparecidos, Adriana Calvo de Laborde.

Ela lembrou que o fato ocorre três meses após o desaparecimento de Jorge López, testemunha-chave contra o ex-repressor Miguel Etchecolatz.

Imediatamente após o sumiço de Gerez, o governo da Província de Buenos Aires formou um "comitê de crise" e mobilizou os órgãos de segurança para tentar encontrar a testemunha.

O governador de Buenos Aires, Felipe Solá, afirmou estar "profundamente preocupado" com o novo desaparecimento e já se comunicou com o presidente Néstor Kirchner, segundo uma fonte da Casa Rosada comunicou à France Presse.

Segundo a mesma fonte, o líder argentino suspendeu uma viagem que faria à província de Santa Cruz para as festas de final de ano.

Solá ordenou uma operação conjunta da Polícia de Buenos Aires, da Polícia Federal e do Serviço de Inteligência do Estado (SIDE).

Calvo de Laborde disse que o pedreiro estava em uma casa da localidade de Escobar (40 km ao norte de Buenos Aires), onde ia jantar com os amigos. Ele decidiu ir a um açougue próximo e desapareceu.

Acusação

Gerez pertence ao grupo "piqueteiro" "Movimento Evita" e tinha testemunhado no Congresso contra Luis Patti, um ex-delegado envolvido com a repressão durante a ditadura militar. O testemunho do pedreiro impediu que Patti assumisse o mandato de deputado para o qual havia sido eleito.

Em seu depoimento, Gerez revelou que aos 16 anos foi detido e torturado em uma delegacia, numa ação que teve a participação de Patti. Ao ouvir López, a Câmara dos Deputados decidiu impedir a posse de Patti.

Ex-prefeito da cidade de Escobar, Patti é acusado de participar em 1983, no final da ditadura, do assassinato de dois dirigentes da organização armada Montoneros (peronistas de esquerda), Osvaldo Cambiasso e Eduardo Pereyra Rossi.

O pedreiro Jorge López, 77, cujo testemunho foi vital para condenar Etchecolatz à prisão perpétua, desapareceu no dia 18 de setembro passado, provocando uma onda de protestos na Argentina.

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