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12/01/2007 - 19h41

Pedido de prisão de Isabelita Perón levanta tabu na Argentina

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da France Presse, em Buenos Aires

O pedido de prisão da ex-presidente argentina Isabel Perón, conhecida como Isabelita, levanta um tabu na Argentina, onde o peronismo, acusado de violações dos direitos humanos perpetradas antes da ditadura militar, tinha escapado da Justiça até agora.

AP
Ex-presidente Isabelita Perón é detida por policiais espanhóis em Madri
Ex-presidente Isabelita Perón é detida por policiais espanhóis em Madri
A Justiça argentina lançou na quinta-feira uma ordem de prisão contra Isabel Perón, que mora atualmente na Espanha, como parte de uma investigação sobre o desaparecimento de um opositor político durante sua curta presidência (1974-1976). No final da tarde, ela foi detida em sua casa de Villanueva de la Cañada, a oeste de Madri, fontes judiciais.

Trata-se do terceiro dirigente detido ou objeto de uma ordem de captura expedida pela Justiça argentina por violações aos direitos humanos cometidas durante as presidência do general Juan Perón (1973-1974) e sua viúva Isabelita, derrubada em 1976 por um golpe de Estado militar que instaurou a ditadura por sete anos no país.

Assim, a Justiça quebrou um mito da política argentina instituído em 1983 com a volta à democracia, segundo o qual era possível investigar os crimes da ditadura militar mas não os praticados durante as Presidências do casal Perón.

Esta disposição havia sido determinada pelo ex-presidente Raúl Alfonsin, que queria conservar o apoio dos peronistas, principalmente no Parlamento.

Decisão Política

Para a imprensa argentina, a mudança de atitude dos juízes é uma "decisão política" apoiada pelo governo do presidente Nestor Kirchner, um peronista de esquerda que defendeu estas investigações. "Se os juízes consideram que houve terrorismo de Estado antes do golpe militar de 1976, os responsáveis também devem ser julgados", declarou, citado nesta sexta-feira pelo jornal "Clarin".

Arquivo/Reuters
A ex-presidente argentina Isabelita Perón, que foi presa hoje em Madri
A ex-presidente argentina Isabelita Perón, que foi presa hoje em Madri
Além da ordem de captura de Isabelita Perón, a Justiça argentina também sancionou as atividades do movimento de extrema-direita Triple A (Aliança Anti-comunista da Argentina), acusada de pelo menos 1.500 assassinatos cometidos durante o terceiro e último mandato de Juan Perón e principalmente durante a Presidência de sua viúva Isabelita.

A Justiça argentina solicitou no fim de novembro à Espanha a captura e a extradição para a Argentina do ex-chefe da polícia Rodolfo Almiron, braço-direito de Perón que também integrava a Triple A.

Um ex-delegado de polícia, Juan Ramon Morales, suspeito de ter participado de assassinatos nos anos 70, foi preso em Buenos Aires nesta semana.

Almiron e Morales eram colaboradores de Isabel Perón e de sua "eminência parda" José Lopez Rega, ministro do Bem-Estar Social e secretário particular de Juan Perón. Acusado de ter sido o verdadeiro líder da Triple A, Rega morreu na prisão na Argentina sem ter sido julgado, depois de extraditado pelos Estados Unidos nos anos 80.

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