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07/02/2007
-
10h32
da Efe, em Paris
O Tribunal Correcional de Paris abriu nesta quarta-feira, em meio a uma grande expectativa, o julgamento pela publicação de várias caricaturas do profeta Maomé pelo semanário satírico francês "Charlie Hebdo".
Um público numeroso se amontoava na porta da sala judicial, em meio a uma notável presença policial e de jornalistas, alguns deles da imprensa árabe e da Dinamarca, primeiro país onde foram publicadas as caricaturas que foram objeto de controvérsia.
O julgamento é resultado de uma denúncia apresentada pela União de Organizações Islâmicas da França e pela Mesquita de Paris, que alegam que se trata de um possível delito de "injúrias públicas contra um grupo de pessoas em razão de sua religião".
As caricaturas foram divulgadas em uma edição especial do "Charlie Hebdo", de fevereiro de 2006, que dedicou onze de suas dezesseis páginas aos desenhos de Maomé que o jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" publicou em setembro de 2005.
Uma charge na capa do semanário francês mostrava Maomé, que chorava e dizia que "é duro ser amado por tolos". No interior da publicação, havia desenhos do profeta com um turbante do qual saía o pavio de uma bomba e outro no qual orientava os terroristas suicidas a não se matarem mais porque já não havia mais virgens no paraíso.
O reitor da Mesquita de Paris e presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano, Dalil Boubakeur, disse que o objetivo da denúncia é criar uma barreira judicial "para proteger os muçulmanos dos abusos humilhantes".
A imprensa francesa dedica hoje amplo espaço ao julgamento e o jornal "Libération" reproduz as caricaturas que são o centro da controvérsia judicial.
Na imprensa, foi divulgada uma publicidade paga pela organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) com a frase: "Com 'Charlie Hebdo', nos negamos a nos calar".
"Não podemos esperar que nos tirem a informação para a defendermos", diz o anúncio, que mostra um homem que tenta gritar, enquanto uma mão tenta tapar sua boca.
O secretário-geral da RSF, Robert Menard, que assiste ao julgamento, afirmou que "os que fizeram a denúncia se equivocam, pois querem dar a impressão de que estão sendo tratados de forma diferente, mas o Islã é uma das muitas religiões e deve ser tratada da mesma forma que as demais".
Menard lembrou o caráter satírico da publicação denunciada e ressaltou que a França é um país laico, onde a religião é, em algumas ocasiões, "alvo de brincadeiras".
O dirigente da RSF disse que a liberdade de expressão é "difícil de aceitar" e disse acreditar que a publicação não será condenada, porque "se corre o risco de que seja instaurada uma espécie de autocensura nos meios".
Na sua opinião, o reitor da mesquita parisiense se viu obrigado a tomar essa iniciativa "por medo de ser ultrapassado por uma parte da comunidade islâmica mais intransigente".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Maomé
Veja galeria de imagens dos protestos contra as charges
França inicia julgamento por publicação de caricaturas de Maomé
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O Tribunal Correcional de Paris abriu nesta quarta-feira, em meio a uma grande expectativa, o julgamento pela publicação de várias caricaturas do profeta Maomé pelo semanário satírico francês "Charlie Hebdo".
Um público numeroso se amontoava na porta da sala judicial, em meio a uma notável presença policial e de jornalistas, alguns deles da imprensa árabe e da Dinamarca, primeiro país onde foram publicadas as caricaturas que foram objeto de controvérsia.
O julgamento é resultado de uma denúncia apresentada pela União de Organizações Islâmicas da França e pela Mesquita de Paris, que alegam que se trata de um possível delito de "injúrias públicas contra um grupo de pessoas em razão de sua religião".
As caricaturas foram divulgadas em uma edição especial do "Charlie Hebdo", de fevereiro de 2006, que dedicou onze de suas dezesseis páginas aos desenhos de Maomé que o jornal dinamarquês "Jyllands-Posten" publicou em setembro de 2005.
Uma charge na capa do semanário francês mostrava Maomé, que chorava e dizia que "é duro ser amado por tolos". No interior da publicação, havia desenhos do profeta com um turbante do qual saía o pavio de uma bomba e outro no qual orientava os terroristas suicidas a não se matarem mais porque já não havia mais virgens no paraíso.
O reitor da Mesquita de Paris e presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano, Dalil Boubakeur, disse que o objetivo da denúncia é criar uma barreira judicial "para proteger os muçulmanos dos abusos humilhantes".
A imprensa francesa dedica hoje amplo espaço ao julgamento e o jornal "Libération" reproduz as caricaturas que são o centro da controvérsia judicial.
Na imprensa, foi divulgada uma publicidade paga pela organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) com a frase: "Com 'Charlie Hebdo', nos negamos a nos calar".
"Não podemos esperar que nos tirem a informação para a defendermos", diz o anúncio, que mostra um homem que tenta gritar, enquanto uma mão tenta tapar sua boca.
O secretário-geral da RSF, Robert Menard, que assiste ao julgamento, afirmou que "os que fizeram a denúncia se equivocam, pois querem dar a impressão de que estão sendo tratados de forma diferente, mas o Islã é uma das muitas religiões e deve ser tratada da mesma forma que as demais".
Menard lembrou o caráter satírico da publicação denunciada e ressaltou que a França é um país laico, onde a religião é, em algumas ocasiões, "alvo de brincadeiras".
O dirigente da RSF disse que a liberdade de expressão é "difícil de aceitar" e disse acreditar que a publicação não será condenada, porque "se corre o risco de que seja instaurada uma espécie de autocensura nos meios".
Na sua opinião, o reitor da mesquita parisiense se viu obrigado a tomar essa iniciativa "por medo de ser ultrapassado por uma parte da comunidade islâmica mais intransigente".
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