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01/04/2007
-
16h34
RENATA SUMMA
Colaboração para a Folha de S.Paulo
Enquanto a Europa comemora os 50 anos do Tratado de Roma, os universitários europeus se preparam para outra comemoração: os vinte anos do programa de intercâmbio Erasmus, que já movimentou 1,2 milhão de estudantes entre universidades européias.
O programa, organizado pela Comissão Européia com a ajuda de escritórios nacionais, integra nove entre dez universidades de 31 países --inclusive quatro não pertencentes à UE, como Turquia e Noruega. Em 1987, apenas 3.244 estudantes participaram do programa. Em 2005, foram quase 150 mil, e os organizadores esperam atingir 3 milhões até o final de 2012.
Porém para a vice-presidente da Rede Internacional de Estudantes Erasmus, a polonesa Ewa Krzaklewska, a iniciativa vai muito além de um programa de intercâmbio.
"Uma das razões principais pela qual o Erasmus foi criado foi para que o estudante percebesse que há uma educação européia. As universidades passaram a trabalhar em conjunto e isso é muito importante para a integração da Europa," explica.
Mais europeus
Krzaklewska ressalta o lado político do programa, que tem como um dos principais objetivos constituir uma identidade européia entre os jovens para fortalecer a UE: "Muitos estudantes, depois do Erasmus, dizem que se sentem mais parte da Europa, mais europeus".
"A Europa não tenta convencer as gerações mais velhas. Ela investe nos jovens e está funcionando", diz Marrie Mosca, 26, administradora francesa que fez Erasmus na Helsinki School of Economics, em 2003.
Para Mosca, o programa a ajudou a "abrir as portas da Europa" e sua experiência na Finlândia foi fundamental para que aceitasse, depois, um trabalho na Universidade de Sófia, na Bulgária, onde vive agora.
"O programa me permitiu ter uma experiência no exterior que a minha família não pôde financiar. O Erasmus pode corrigir desigualdades em relação a essa experiência muito apreciada pelas empresas." De fato, 80% dos estudantes Erasmus dizem ser os primeiros da família a estudar no exterior.
Símbolo de uma geração, o estilo de vida Erasmus pode ser conferido no filme "Albergue Espanhol" (2002), do diretor francês Cédric Klapisch. O longa respeitou o espírito do programa: é uma co-produção francesa e espanhola, da qual participam atores de diversas nacionalidades.
Klapisch se inspirou na experiência da irmã, uma estudante Erasmus na Espanha --país que mais recebe esse tipo de estudantes. A França é o que mais "exporta".
Para Krzaklewska, o Erasmus foi um dos fatores que impulsionaram a formulação do processo de Bolonha, que teve início em 1999 e tem como objetivo a integração dos sistemas universitários europeus.
A idéia é que diplomas de um país sejam reconhecidos nos outros da rede. Para isso, as universidades têm passado por reformulações. "Até países que não fazem parte da UE e do Erasmus, como a Rússia, estão se adaptando", diz.
Mas nem tudo é perfeito. Os países da Europa ocidental continuam a liderar, de longe, o ranking dos que mais recebem e enviam estudantes.
O número de europeus ocidentais que vão para o Leste Europeu ainda é pequeno, mostrando que a "união" européia ainda precisa de um incentivo. Além disso, estudantes reclamam do baixo valor da bolsa paga pela UE.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a União Européia
Programa integra universidades para forjar "jovem UE"
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Colaboração para a Folha de S.Paulo
Enquanto a Europa comemora os 50 anos do Tratado de Roma, os universitários europeus se preparam para outra comemoração: os vinte anos do programa de intercâmbio Erasmus, que já movimentou 1,2 milhão de estudantes entre universidades européias.
O programa, organizado pela Comissão Européia com a ajuda de escritórios nacionais, integra nove entre dez universidades de 31 países --inclusive quatro não pertencentes à UE, como Turquia e Noruega. Em 1987, apenas 3.244 estudantes participaram do programa. Em 2005, foram quase 150 mil, e os organizadores esperam atingir 3 milhões até o final de 2012.
Porém para a vice-presidente da Rede Internacional de Estudantes Erasmus, a polonesa Ewa Krzaklewska, a iniciativa vai muito além de um programa de intercâmbio.
"Uma das razões principais pela qual o Erasmus foi criado foi para que o estudante percebesse que há uma educação européia. As universidades passaram a trabalhar em conjunto e isso é muito importante para a integração da Europa," explica.
Mais europeus
Krzaklewska ressalta o lado político do programa, que tem como um dos principais objetivos constituir uma identidade européia entre os jovens para fortalecer a UE: "Muitos estudantes, depois do Erasmus, dizem que se sentem mais parte da Europa, mais europeus".
"A Europa não tenta convencer as gerações mais velhas. Ela investe nos jovens e está funcionando", diz Marrie Mosca, 26, administradora francesa que fez Erasmus na Helsinki School of Economics, em 2003.
Para Mosca, o programa a ajudou a "abrir as portas da Europa" e sua experiência na Finlândia foi fundamental para que aceitasse, depois, um trabalho na Universidade de Sófia, na Bulgária, onde vive agora.
"O programa me permitiu ter uma experiência no exterior que a minha família não pôde financiar. O Erasmus pode corrigir desigualdades em relação a essa experiência muito apreciada pelas empresas." De fato, 80% dos estudantes Erasmus dizem ser os primeiros da família a estudar no exterior.
Símbolo de uma geração, o estilo de vida Erasmus pode ser conferido no filme "Albergue Espanhol" (2002), do diretor francês Cédric Klapisch. O longa respeitou o espírito do programa: é uma co-produção francesa e espanhola, da qual participam atores de diversas nacionalidades.
Klapisch se inspirou na experiência da irmã, uma estudante Erasmus na Espanha --país que mais recebe esse tipo de estudantes. A França é o que mais "exporta".
Para Krzaklewska, o Erasmus foi um dos fatores que impulsionaram a formulação do processo de Bolonha, que teve início em 1999 e tem como objetivo a integração dos sistemas universitários europeus.
A idéia é que diplomas de um país sejam reconhecidos nos outros da rede. Para isso, as universidades têm passado por reformulações. "Até países que não fazem parte da UE e do Erasmus, como a Rússia, estão se adaptando", diz.
Mas nem tudo é perfeito. Os países da Europa ocidental continuam a liderar, de longe, o ranking dos que mais recebem e enviam estudantes.
O número de europeus ocidentais que vão para o Leste Europeu ainda é pequeno, mostrando que a "união" européia ainda precisa de um incentivo. Além disso, estudantes reclamam do baixo valor da bolsa paga pela UE.
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