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26/11/2000
-
13h59
da Reuters
em Miami (EUA)
O feriado norte-americano de Ação de Graças, na semana passada, marcou também a data em que se completou um ano do resgate do garoto cubano Elián González no mar, na costa da Flórida.
Em caso de uma derrota, na ainda indefinida eleição presidencial dos Estados Unidos, o candidato democrata, Al Gore, poderá ter perdido justamente em razão do incidente, que acabou se tornando uma novela política.
Durante sete meses, a comunidade cubano-americana, que desejava que Elián permanecesse em Miami para crescer num ``país livre'', enfrentou o governo de Bill Clinton, que entendia que a criança deveria ser entregue de volta ao pai, na Cuba de Fidel Castro.
O episódio arruinou a popularidade de Gore, o vice de Clinton, entre a politicamente poderosa comunidade cubana de Miami. ``Pode-se dizer que Elián decidiu a corrida presidencial'', disse Damian Fernandez, professor da Universidade Internacional da Flórida.
Na mais disputada eleição para presidente da história dos Estados Unidos, o republicano George W. Bush lidera a contagem de votos na Flórida com vantagem inferior a mil votos. O candidato que ganhar no Estado, cujo resultado está sendo disputado em diversas instâncias judiciais, será o novo presidente.
Por ironia do destino, os votos que estão fazendo a diferença podem ser aqueles que foram ganhos ou perdidos entre os cubano-americanos de Miami, observam os analistas.
A raiva da comunidade com o governo Clinton-Gore cresceu ainda mais em 22 de abril, quando agentes federais invadiram a residência dos familiares que tomavam conta de Elián e o levaram ao reencontro do pai, que havia viajado ao país para buscá-lo. Meses depois, pai e filho voltaram a Cuba.
Líderes do exílio cubano prometeram punir Clinton e Gore nas urnas pelo ocorrido, classificado por eles como um pacto com Fidel Castro. ``Os cubano-americanos sentiram-se mal, e isso prejudicou Gore'', disse Fernandez. ``Os democratas haviam trabalhado arduamente para conquistar o apoio da comunidade, e Elián desfez tudo o que tinham feito em muitos anos.''
Na eleição norte-americana de 1996, entre 25% e 30% da tradicionalmente conservadora comunidade votou em Clinton. Parecia que seus integrantes estavam ficando politicamente mais liberais.
Agora, porém, pesquisa da UIF previa que entre 13% e 15% deles votariam em Gore. Mas, segundo Fernandez, ao final ele pode ter recebido menos de 10% desses votos. ``Isso foi fatal para Gore. Se ele tivesse ganho 20 por cento, já teria garantido a vitória no Estado.''
Caso Elián pode ter definido eleição dos Estados Unidos
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em Miami (EUA)
O feriado norte-americano de Ação de Graças, na semana passada, marcou também a data em que se completou um ano do resgate do garoto cubano Elián González no mar, na costa da Flórida.
Em caso de uma derrota, na ainda indefinida eleição presidencial dos Estados Unidos, o candidato democrata, Al Gore, poderá ter perdido justamente em razão do incidente, que acabou se tornando uma novela política.
Durante sete meses, a comunidade cubano-americana, que desejava que Elián permanecesse em Miami para crescer num ``país livre'', enfrentou o governo de Bill Clinton, que entendia que a criança deveria ser entregue de volta ao pai, na Cuba de Fidel Castro.
O episódio arruinou a popularidade de Gore, o vice de Clinton, entre a politicamente poderosa comunidade cubana de Miami. ``Pode-se dizer que Elián decidiu a corrida presidencial'', disse Damian Fernandez, professor da Universidade Internacional da Flórida.
Na mais disputada eleição para presidente da história dos Estados Unidos, o republicano George W. Bush lidera a contagem de votos na Flórida com vantagem inferior a mil votos. O candidato que ganhar no Estado, cujo resultado está sendo disputado em diversas instâncias judiciais, será o novo presidente.
Por ironia do destino, os votos que estão fazendo a diferença podem ser aqueles que foram ganhos ou perdidos entre os cubano-americanos de Miami, observam os analistas.
A raiva da comunidade com o governo Clinton-Gore cresceu ainda mais em 22 de abril, quando agentes federais invadiram a residência dos familiares que tomavam conta de Elián e o levaram ao reencontro do pai, que havia viajado ao país para buscá-lo. Meses depois, pai e filho voltaram a Cuba.
Líderes do exílio cubano prometeram punir Clinton e Gore nas urnas pelo ocorrido, classificado por eles como um pacto com Fidel Castro. ``Os cubano-americanos sentiram-se mal, e isso prejudicou Gore'', disse Fernandez. ``Os democratas haviam trabalhado arduamente para conquistar o apoio da comunidade, e Elián desfez tudo o que tinham feito em muitos anos.''
Na eleição norte-americana de 1996, entre 25% e 30% da tradicionalmente conservadora comunidade votou em Clinton. Parecia que seus integrantes estavam ficando politicamente mais liberais.
Agora, porém, pesquisa da UIF previa que entre 13% e 15% deles votariam em Gore. Mas, segundo Fernandez, ao final ele pode ter recebido menos de 10% desses votos. ``Isso foi fatal para Gore. Se ele tivesse ganho 20 por cento, já teria garantido a vitória no Estado.''
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