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04/02/2001
-
14h53
da Reuters
na Cidade do Cabo (África do Sul)
O tratamento pouco respeitoso dispensado pelo presidente sul-africano, Thabo Mbeki, aos parlamentares que investigam um acordo de armas multibilionário é a face mais visível da batalha que opõe atualmente o governo ao Poder Legislativo, afirmam analistas.
"Isso possui um efeito negativo sobre a independência do Parlamento e desafia o papel constitucional do Legislativo", afirmou Richard Calland, do Instituto para a Democracia na África do Sul.
Sample Terreblanche, professor de economia política na Universidade de Stellenbosch, descreveu o episódio como "a primeira crise constitucional de verdade" do país.
"Há um embate franco entre o Parlamento e o Executivo", afirmou.
O acordo de armas de 6 bilhões de dólares, assinado em dezembro de 1999 e do qual participam empresas de armamentos da Alemanha, Itália, Suécia, Reoino Unido, França e África do Sul, deve gerar investimentos de até US$ 12 bilhões e criar cerca de 65 mil empregos.
Mas denúncias de suborno e de corrupção mancharam o acordo e uma análise preliminar do documento realizada por um auditor-geral pediu uma investigação profunda da questão depois de ter encontrado várias irregularidades.
O CNA (Congresso Nacional Africano), partido de Mbeki, tirou de seu cargo e silenciou Andrew Feinstein, um dos homens de destaque nos trabalhos de investigação.
Em um discurso de cores carregadas realizado há pouco mais de uma semana, o presidente sul-africano impediu o trabalho do principal órgão de combate à corrupção do país, liderado por parlamentares, acusando os investigadores de tentar minar seu governo.
Os parlamentares também foram atacados por outros membros do Executivo, como o vice-presidente Jacob Zuma e quatro ministros.
"É isso o que acontece quando há um partido dominante que não traça uma linha clara separando seus interesses dos do Estado", afirmou Willie Breytenbach, professor de ciências políticas.
Polêmica sobre armas vira luta pelo poder na África do Sul
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na Cidade do Cabo (África do Sul)
O tratamento pouco respeitoso dispensado pelo presidente sul-africano, Thabo Mbeki, aos parlamentares que investigam um acordo de armas multibilionário é a face mais visível da batalha que opõe atualmente o governo ao Poder Legislativo, afirmam analistas.
"Isso possui um efeito negativo sobre a independência do Parlamento e desafia o papel constitucional do Legislativo", afirmou Richard Calland, do Instituto para a Democracia na África do Sul.
Sample Terreblanche, professor de economia política na Universidade de Stellenbosch, descreveu o episódio como "a primeira crise constitucional de verdade" do país.
"Há um embate franco entre o Parlamento e o Executivo", afirmou.
O acordo de armas de 6 bilhões de dólares, assinado em dezembro de 1999 e do qual participam empresas de armamentos da Alemanha, Itália, Suécia, Reoino Unido, França e África do Sul, deve gerar investimentos de até US$ 12 bilhões e criar cerca de 65 mil empregos.
Mas denúncias de suborno e de corrupção mancharam o acordo e uma análise preliminar do documento realizada por um auditor-geral pediu uma investigação profunda da questão depois de ter encontrado várias irregularidades.
O CNA (Congresso Nacional Africano), partido de Mbeki, tirou de seu cargo e silenciou Andrew Feinstein, um dos homens de destaque nos trabalhos de investigação.
Em um discurso de cores carregadas realizado há pouco mais de uma semana, o presidente sul-africano impediu o trabalho do principal órgão de combate à corrupção do país, liderado por parlamentares, acusando os investigadores de tentar minar seu governo.
Os parlamentares também foram atacados por outros membros do Executivo, como o vice-presidente Jacob Zuma e quatro ministros.
"É isso o que acontece quando há um partido dominante que não traça uma linha clara separando seus interesses dos do Estado", afirmou Willie Breytenbach, professor de ciências políticas.
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