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16/02/2001 - 13h26

Milionário indultado por Clinton é ligado a negócios internacionais

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da France Presse, em Washington

O milionário Marc Rich, indultado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton após passar 18 anos foragido, associou seu nome a uma série de negócios internacionais obscuros, alguns dos quais o colocaram na mira da Justiça norte-americana.

Desde o indulto que Clinton lhe concedeu pouco antes de entregar o cargo, este homem de negócios se encontra no centro de uma polêmica que contribuiu para levantar o pano que cobre suas atividades misteriosas.

Rich, 66, refugiado na Suíça desde 1983, é o autor de uma das operações de evasão fiscal mais audaciosas que já aconteceram nos Estados Unidos, envolvendo US$ 48 milhões. A lista de acusações que pesa sobre Rich antes do indulto reunia 51 acusações de fraude fiscal, extorsão, associação para delinquir, transferência de fundos fraudulentos e comércio com país inimigo.

Este milionário polêmico nasceu na Bélgica, chegou nos Estados Unidos em 1941 e, até fugir para a Suíça, criou uma sólida carreira de empresário, acumulando uma fortuna estimada em mais de US$ 1 bilhão. Em 1980, teria vendido mais de US$ 200 milhões em petróleo ao Irã, violando o embargo imposto pelas Nações Unidas, na época da crise dos reféns norte-americanos em Teerã.

Rich também é acusado de fornecer petróleo soviético à África do Sul durante o apartheid, apesar da vigência de um embargo, informa a revista "Time". O fugitivo, que renunciou à cidadania norte-americana, vive hoje em uma mansão próxima a Zurique (Suíça), vigiada por guarda-costas.

Seu principal "golpe" aconteceu no início dos anos 80, quando vendeu petróleo a um preço acima do limite determinado na época pelas autoridades norte-americanas, o que gerou uma receita de US$ 100 milhões para a sua empresa. Rich conseguiu comprar petróleo a US$ 5 o barril, comercializando o produto por meio de uma série de transações, que resultaram em um lucro de 400%, segundo uma das acusações. A receita foi desviada para uma conta na Suíça, protegida pelas leis do país.

Rich doou dezenas de milhões de dólares a obras de caridade em Israel, Suíça e Estados Unidos, segundo a imprensa norte-americana. O governo israelense lhe concedeu um documento de identidade e um passaporte, depois que ele ajudou judeus russos e etíopes a se instalar no país hebreu. O premiê de Israel, Ehud Barak, intercedeu pessoalmente junto às autoridades dos EUA para que as acusações contra Rich fossem retiradas.

Segundo a "Time", Rich criou em Israel uma fundação que leva seu nome e é dirigida por um ex-agente do Mossad, o serviço secreto israelense.
 

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