Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
02/06/2001 - 10h47

Príncipe que matou familiares no Nepal está em coma e é proclamado rei

Publicidade

da France Presse, em Katmandu

O príncipe herdeiro Dipendra, que assassinou ontem à noite os pais e mais 11 membros da família real do Nepal, segundo o vice-primeiro-ministro nepalês, Ram Chandra Paudel, foi proclamado rei hoje pelo Conselho Privado do Reino em comunicado divulgado na rádio estatal.

Reuters
Foto de 1990 mostra a família real do Nepal que foi morta pelo príncipe Dipendra (à esq.)


O conselho não deu maiores informações sobre a saúde do príncipe herdeiro, cuja "morte clínica" foi anunciada hoje por fontes militares que o viram chegar ao hospital. O comunicado em que Dipendra é proclamado rei afirma apenas que seu estado é grave e requer cuidados intensivos, impedindo-o de reinar, motivo pelo qual foi nomeado regente o irmão do rei morto, o príncipe Gyanendra, de 53 anos.


Reuters - 27.dez.2000
Príncipe Gyanendra, irmão do rei morto e que deve assumir o reinado no Nepal
Gyanendra escapou da tragédia porque não estava em Katmandu no momento. Entretanto, já retornou ao Palácio de Inverno de Pojra. Duas irmãs e um primo do rei estão entre as vítimas do atentado. Segundo fonte próximas, os motivos da matança seriam os graves desentendimentos em torno dos planos de casamento do príncipe.

De acordo com artigos publicados recentemente na imprensa nepalesa, os astrólogos do país informaram à família real que o príncipe herdeiro não deveria se casar nem ter filhos antes dos 35 anos. Se estas diretrizes não forem seguidas, o rei do Nepal poderia morrer, advertiram os astrólogos.

O rei Birendra Bir Bikram Shah Deva, 55 anos, subiu ao trono em 1972 e era extremamente popular em seu país, por isso muitas nepaleses comovidos com a tragédia se encontram na frente do palácio, que está isolado por um cordão de segurança.

Birendra reinou como monarca absoluto até 1990, quando foi obrigado por uma revolta popular a aceitar o multipartidarismo. Desde 1996, o reino enfrenta a guerrilha maoísta, que tenta acabar com a monarquia constitucional.

No início de abril deste ano, dois atentados maoístas realizados contra a Polícia em uma semana causaram a morte de 79 pessoas, 61 delas policiais, no Oeste do país. Durante os últimos cinco anos, a "guerra popular" maoísta causou a morte de pelo menos 1.600 pessoas.

Veja a lista de mortos do massacre da família real nepalesa
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página