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13/11/2001 - 06h33

Guerra pode custar US$ 1 bi por mês

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JAMES DAO
do "The New York Times"

Os EUA prevêem gastar mais de US$ 1 bilhão por mês nas etapas iniciais da guerra no Afeganistão, e esse custo poderá subir rapidamente à medida que o Pentágono for acumulando forças na região, segundo representantes do governo e do Congresso.

A guerra e seus custos associados têm sido relativamente limitados até agora, envolvendo apenas um número pequeno de forças de operações especiais em terra no Afeganistão e várias dezenas de missões de bombardeio por dia, em sua maioria conduzidas por caças que decolam de três porta-aviões que se encontram no mar da Arábia.

Mas os custos do conflito vêm subindo quase diariamente, à medida que os EUA vêm ampliando sua presença militar no Afeganistão e na região, dizem congressistas. E, nas próximas semanas, os estrategistas militares prevêem um aumento acentuado nos custos de coisas como a modernização de aeroportos na Ásia Central para que possam ser usados por aviões de combate e transporte americanos, o aumento no número de bombas lançadas sobre o Afeganistão e o envio de aviões e tropas terrestres adicionais.

Além do custo da guerra, o Pentágono vem tendo que pagar para que forças da reserva e da Guarda Nacional prestem assistência no exterior, forneçam segurança em aeroportos domésticos e conduzam patrulhas aéreas sobre Nova York, Washington e outras cidades. Quase 55 mil homens da reserva e da Guarda Nacional foram convocados para prestar serviço.

"Não estamos falando num aumento aritmético dos custos, mas geométrico", disse um membro do governo. O nível atual de gastos com a guerra não vem causando preocupações generalizada no Congresso, onde o apoio para a campanha continua forte. Reservadamente, porém, alguns parlamentares já afirmaram temer que um conflito prolongado e mais intenso acabe prejudicando não apenas os programas domésticos americanos, mas também os planos de longo prazo do Pentágono de desenvolver novos sistemas de armas. Alguns legisladores já começam a falar na possibilidade de pedir que os países aliados ajudem a financiar a guerra, como na Guerra do Golfo (91), quando os aliados dos EUA na coalizão, especialmente os países árabes, pagaram 90% da conta de US$ 60 bilhões. "Será que nossos aliados vão começar a investir, ou vão apenas enviar tropas e navios?", perguntou o deputado democrata Norm Dicks. "Uma medida de seu nível de apoio seria o dinheiro contribuído."

Embora o Pentágono ainda não tenha divulgado a contabilidade oficial dos custos da guerra, já disse ao Congresso que vai precisar de US$ 3,8 bilhões para financiar os três primeiros meses do conflito. A maior parte desse dinheiro é para despesas operacionais, coisas como combustível de jatos, peças avulsas e os abonos de combate, de US$ 150 mensais, pagos aos 50 mil soldados na Ásia.

Mas um indicativo mais claro dos custos previstos da guerra foi dado pelo plano do governo de abrir mão de metade da verba emergencial de US$ 40 bilhões autorizada pelo Congresso após os atentados terroristas de 11 de setembro. Esse dinheiro está sendo usado não apenas para cobrir o custo direto dos combates no Afeganistão, mas também para financiar aviões de espionagem, fortalecer operações de inteligência, reconstruir o Pentágono e refazer estoques de munições.

Alguns altos funcionários do governo disseram que, se a guerra for ampliada de maneira significativa, como prevêem alguns oficiais, o Pentágono pode gastar os US$ 20 bilhões de verba emergencial até o início de fevereiro.

Um grande deslocamento de tropas terrestres, de longe o mais caro elemento de qualquer campanha militar, aumentaria significativamente os custos da guerra, disseram membros do governo. Embora o secretário da Defesa, Donald H. Rumsfeld, se negue a prever se o número de tropas enviadas será grande ou pequeno, ele já disse que o Pentágono pretende enviar mais forças especiais ao Afeganistão e empregar mais aeronaves de combate.

Legisladores e analistas militares dizem que o Pentágono pode estar exagerando os custos para cobrir seus gastos com programas de armamentos que estão em desenvolvimento. Os analistas dizem que, a não ser que o Pentágono envie dezenas de milhares de soldados para ação em terra, a guerra custará cerca de US$ 1 bilhão por mês - o custo da campanha aérea na Iugoslávia (99).


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