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13/11/2001
-
06h41
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Foz do Iguaçu
Acusado pelo Paraguai como um dos líderes do Hizbollah na tríplice fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina), o comerciante libanês Assad Ahmad Barakat, 34, que vive em Foz do Iguaçu (PR) desde 1987, diz ser "apenas simpatizante" do grupo extremista legalizado como partido no Líbano, mas considerado terrorista pelos EUA.
Barakat diz que envia US$ 400 por ano para ajudar uma instituição criada pelo grupo, no Líbano, que cuida de órfãos dos mortos em conflitos com Israel.
Leia trechos de sua entrevista concedida à Agência Folha.
Agência Folha - Um procurador paraguaio diz ter documentos segundo os quais o sr. controla o envio de dinheiro ao Hizbollah.
Assad Ahmad Barakat - Ele pegou documentos de envio de dinheiro aos meus fornecedores. Negocio com Miami, Nova York, Chile e isso não significa nada. Tem remessa para o Líbano para as compras, através de carta de crédito, de produtos de Hong Kong.
Agência Folha - Mas ele disse ter uma carta de agradecimento do Hizbollah. Isso é verdade?
Barakat - É uma carta padrão do grande religioso Hassam Nasralla pela contribuição às creches que cuidam dos filhos de órfãos da guerra de libertação do sul do Líbano. Eu envio US$ 400 por ano para manter um órfão em uma dessas creches. Outros 2.000 libaneses do Brasil fazem o mesmo.
Agência Folha - Isso acaba contribuindo com o Hizbollah, não?
Barakat - É preciso deixar claro que existe uma grande ignorância do Ocidente sobre o mundo islâmico. É essa ignorância que me coloca como terrorista. Indiretamente, todo árabe que envia dinheiro ao Líbano acaba contribuindo com o Hizbollah. Se você compra um apartamento lá, envia dinheiro para sua mãe, como faço, tudo isso ajuda o Hizbollah.
Agência Folha - Qual é a ignorância ocidental sobre o mundo islâmico?
Barakat - A primeira é confundir o Hizbollah com grupo terrorista. Agora, com os atentados, ligam todo árabe ao grupo de Osama bin Laden.
Agência Folha - O que o sr. acha de Bin Laden?
Barakat - Laden é saudita, ele luta para desestabilizar o regime pró-americano na Arábia Saudita, onde o povo não vive bem. Só a monarquia controla o dinheiro. Ele [Laden" só falou na Palestina depois dos ataques americanos ao Afeganistão. Antes nunca falou pelo povo palestino.
Agência Folha - Para a CNN o sr. é o principal terrorista da tríplice fronteira e a mídia informa que o sr. estaria foragido. Como analisa essa notoriedade?
Barakat - Meus filhos [tem três filhos com menos de 12 anos", que são brasileiros, estão vibrando com minha imagem na TV e notícias sobre o caso. Não sabem que é uma fama triste.
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Acusado de terrorismo, libanês de Foz vê "ignorância"
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da Agência Folha, em Foz do Iguaçu
Acusado pelo Paraguai como um dos líderes do Hizbollah na tríplice fronteira (Brasil, Paraguai e Argentina), o comerciante libanês Assad Ahmad Barakat, 34, que vive em Foz do Iguaçu (PR) desde 1987, diz ser "apenas simpatizante" do grupo extremista legalizado como partido no Líbano, mas considerado terrorista pelos EUA.
Barakat diz que envia US$ 400 por ano para ajudar uma instituição criada pelo grupo, no Líbano, que cuida de órfãos dos mortos em conflitos com Israel.
Leia trechos de sua entrevista concedida à Agência Folha.
Agência Folha - Um procurador paraguaio diz ter documentos segundo os quais o sr. controla o envio de dinheiro ao Hizbollah.
Assad Ahmad Barakat - Ele pegou documentos de envio de dinheiro aos meus fornecedores. Negocio com Miami, Nova York, Chile e isso não significa nada. Tem remessa para o Líbano para as compras, através de carta de crédito, de produtos de Hong Kong.
Agência Folha - Mas ele disse ter uma carta de agradecimento do Hizbollah. Isso é verdade?
Barakat - É uma carta padrão do grande religioso Hassam Nasralla pela contribuição às creches que cuidam dos filhos de órfãos da guerra de libertação do sul do Líbano. Eu envio US$ 400 por ano para manter um órfão em uma dessas creches. Outros 2.000 libaneses do Brasil fazem o mesmo.
Agência Folha - Isso acaba contribuindo com o Hizbollah, não?
Barakat - É preciso deixar claro que existe uma grande ignorância do Ocidente sobre o mundo islâmico. É essa ignorância que me coloca como terrorista. Indiretamente, todo árabe que envia dinheiro ao Líbano acaba contribuindo com o Hizbollah. Se você compra um apartamento lá, envia dinheiro para sua mãe, como faço, tudo isso ajuda o Hizbollah.
Agência Folha - Qual é a ignorância ocidental sobre o mundo islâmico?
Barakat - A primeira é confundir o Hizbollah com grupo terrorista. Agora, com os atentados, ligam todo árabe ao grupo de Osama bin Laden.
Agência Folha - O que o sr. acha de Bin Laden?
Barakat - Laden é saudita, ele luta para desestabilizar o regime pró-americano na Arábia Saudita, onde o povo não vive bem. Só a monarquia controla o dinheiro. Ele [Laden" só falou na Palestina depois dos ataques americanos ao Afeganistão. Antes nunca falou pelo povo palestino.
Agência Folha - Para a CNN o sr. é o principal terrorista da tríplice fronteira e a mídia informa que o sr. estaria foragido. Como analisa essa notoriedade?
Barakat - Meus filhos [tem três filhos com menos de 12 anos", que são brasileiros, estão vibrando com minha imagem na TV e notícias sobre o caso. Não sabem que é uma fama triste.
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