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25/12/2001 - 08h58

Israel volta a fazer incursões em territórios palestinos na Cisjordânia

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LIGIA BRASLAUSKAS
da Folha Online

Tanques israelenses invadiram hoje o povoado de Tammun, no setor autônomo de Nablus (Cisjordânia), durante uma incursão contra militantes do grupo Jihad Islâmica (grupo terrorista palestino, que prega desde os anos 70 a destruição de Israel e a criação de um Estado palestino islâmico). As informações foram dadas por fontes palestinas de segurança.



Pela manhã, um israelense foi morto e outros três ficaram feridos por tiros disparados na fronteira com a Jordânia, no norte do vale do Jordão, informaram fontes militares de Israel. Não foi confirmado se os disparos foram feitos do território jordaniano. Pouco antes, na mesma região, um soldado israelense foi baleado em um outro ponto da fronteira entre Israel e Jordânia.



Mais tarde, a Jordânia desmentiu que foram feitos disparos de seu território. "Não houve nenhum tiroteio de uma parte a outra na fronteira entre a Jordânia e Israel", disse o porta-voz do governo jordaniano, Sale Kalab.

Segundo ele, pela manhã houve um incidente às 6h45 (2h45 de Brasília) no oeste do rio Jordão, sem esclarecer exatamente o que aconteceu.

Kalab também desmentiu que militares israelenses tenham invadido o território jordaniano para fazer um rastreamento.

Ontem, o líder palestino Iasser Arafat desistiu de participar da Missa do Galo na cidade de Belém, hábito que cultiva desde 1995, para acompanhar sua mulher, que é cristã, à cerimônia que acontece na cidade. Pouco antes desse comunicado, o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, havia colocado a prisão [até a noite de ontem] dos responsáveis pela morte do ministro do Turismo de Israel Rehavam Zeevi (extrema direita), assassinado em outubro, como condição para permitir a viagem de Arafat a Belém.

Reuters - 2.ago.2001
Iasser Arafat, líder palestino
No domingo (23), Arafat disse que não respeitaria a ordem dada por Israel que o proibia de sair de Ramallah e que iria a Belém para participar da Missa do Galo, na noite de Natal. No sábado (22), Arafat já havia declarado sua decisão de viajar para Belém e chegou a dizer que iria de qualquer maneira, mesmo que tivesse de ir a pé.

Em resposta a essas afirmações, Sharon disse que se Arafat desafiasse a ordem de Israel, ele seria preso. Israel colocou, então, tropas israelenses nas ruas de Ramallah para impedir que o líder palestino deixasse a cidade.

A atitude de Sharon -de proibir a viagem de Arafat- provocou numerosas críticas no mundo inteiro, incluindo no Vaticano, que chegou a dizer que a posição de Israel de proibir a viagem de Arafat para Belém era uma "imposição arbitrária". No domingo outro apoio já havia sido oferecido ao líder palestino.

O ministro belga das Relações Exteriores, Louis Michel, que preside o conselho de ministros da União Européia (UE), pediu a Israel que não "impusesse obstáculos" à visita que o presidente da Autoridade Palestina queria realizar a Belém (Cisjordânia). Mas os sinais de apoio não convenceram o primeiro-ministro de Israel a permitir a viagem do líder palestino.

O local, na primeira fila, que seria ocupado por Arafat na missa do Galo ontem à noite, na igreja de Santa Catalina de Belém, ficou vazio, embora o templo estivesse lotado. Em seu lugar, um pano branco e preto ocupava o assento vago na igreja vizinha à Basílica da Natividade, lotada de cristãos e simpatizantes da causa palestina.

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