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25/02/2002 - 16h56

Fujimori nega que marcas em corpo de ex-mulher sejam de tortura

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da France Presse, em Lima

O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori negou que as marcas no corpo de sua ex-mulher Susana Higuchi sejam de tortura, como ela afirmou na última sexta-feira.

Através de uma carta enviada do Japão e lida na TV peruana, Fujimori disse que as marcas são resultado de tratamentos para parar de fumar e para curar uma dor nas costas.

A congressista Higuchi afirmou ter sido torturada cerca de 500 vezes pelo antigo Serviço de Inteligência Nacional (SNI) e pelo Serviço de Inteligência do Exército (SIE), serviços secretos dirigidos por Vladimiro Montesinos. Fujimori e Higuchi divorciaram-se em 1994.

"Cada vez que sofria um tipo de atentado fazia uma marca em um caderno. Quando passaram de 490 tomei as medidas para me afastar definitivamente do palácio do governo", disse Susana.

Higuchi, que agora é congressista, contou a jornalistas que "uma das tantas torturas" aconteceu na sede do Comando Conjunto das Forças Armadas, conhecido como "Pentagonito", em um sótão do serviço de inteligência do Exército, onde foi submetida a choques e agressões.

"Montesinos, na primeira e única visita que fiz à prisão naval, me pediu desculpas em reiteradas oportunidades (pelas torturas) e não me restou outra coisa (a não ser) desculpá-lo", disse Susana, que tem quatro filhos com Fujimori.

Ela afirmou que Montesinos "sempre disse que recebia ordens superiores (de Fujimori). Deixou implícito que isso não nascia dele", completou.

Higuchi mostrou cicatrizes na face, nuca e queimaduras na parte posterior do pescoço. Disse que sofreu a última agressão quando estava em um hospital de Lima, em junho de 2000.

Segundo a deputada, tudo começou quando ela denunciou publicamente, em 1992, que parentes de Fujimori cometiam irregularidades na distribuição de roupas doadas. O casamento acabou em 1994, quando ela iniciou uma greve de fome para protestar.

A ex-agente de Inteligência Leonor La Rosa - que foi torturada em 1997 por passar informação à imprensa - disse que testemunhou os castigos contra Higuchi.
 

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