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12/03/2002
-
23h27
da Folha de S.Paulo
Mulheres em todo o mundo estão optando por ter menos filhos, contradizendo previsões de que a população mundial chegaria a 10 bilhões no fim deste século, afirmou um estudo da ONU. Demógrafos de diversos países se reuniram na sede da ONU hoje para considerar a possibilidade de alterar essa estimativa para algo entre 8 bilhões e 9 bilhões, de acordo com reportagem da agência Associated Press.
Segundo o estudo, da Divisão de População da ONU, as implicações da alteração seriam enormes. Governos usam projeções populacionais para planejar desde políticas de Previdência Social até orçamentos de escolas, disse Joseph Chamie, diretor da agência.
Por décadas, especialistas presumiram que a população mundial, que hoje é de cerca de 6 bilhões de pessoas, chegaria a 10 bilhões até o fim do século 21. Mas, nas últimas décadas, houve um declínio dramático nas taxas de fecundidade (média de filhos por mulher) nos países em desenvolvimento que estavam impulsionando o crescimento.
Há 74 países no que a ONU chama de "grupo de fecundidade de nível intermediário", onde as mulheres têm entre 2,1 e 5 filhos.
O grupo abriga cerca de 43% da população mundial e inclui Brasil, Bangladesh, Egito, Índia, Indonésia, Irã, México e Filipinas _países que, segundo o estudo, podem atingir, até 2050, taxa de fecundidade de 1,85 filho por mulher.
Se o estudo estiver correto, a população mundial pode diminuir, ainda que não neste século. "Taxas de menos de dois filhos, como na Europa, significam que a população começa a declinar", disse Chamie. A fecundidade na Europa é de 1,34 filho por mulher.
Desde 1965, a fecundidade mundial diminuiu de 5 para 2,7.
Uma das principais causas do declínio seria a disseminação do uso de métodos contraceptivos. Agora que as mulheres têm os meios para limitar o tamanho de suas famílias, estão optando por fazê-lo, disse Chamie.
Além disso, muitas pessoas estão se mudando para cidades, diminuindo a necessidade de ter muitos filhos para trabalhar no campo. Declínio em taxas de mortalidade infantil e melhorias nos sistemas de assistência médica também teriam influência.
O Suriname tem a menor taxa de fecundidade entre os países intermediários, com 2,2 filhos por mulher, e a Guatemala e o Sudão, as mais altas, com uma média de 4,9 filhos por mulher. Segundo a ONU, a taxa brasileira entre 1995 e 2000 foi de 2,3 filhos por mulher.
ONU aponta redução no crescimento da população mundial
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Mulheres em todo o mundo estão optando por ter menos filhos, contradizendo previsões de que a população mundial chegaria a 10 bilhões no fim deste século, afirmou um estudo da ONU. Demógrafos de diversos países se reuniram na sede da ONU hoje para considerar a possibilidade de alterar essa estimativa para algo entre 8 bilhões e 9 bilhões, de acordo com reportagem da agência Associated Press.
Segundo o estudo, da Divisão de População da ONU, as implicações da alteração seriam enormes. Governos usam projeções populacionais para planejar desde políticas de Previdência Social até orçamentos de escolas, disse Joseph Chamie, diretor da agência.
Por décadas, especialistas presumiram que a população mundial, que hoje é de cerca de 6 bilhões de pessoas, chegaria a 10 bilhões até o fim do século 21. Mas, nas últimas décadas, houve um declínio dramático nas taxas de fecundidade (média de filhos por mulher) nos países em desenvolvimento que estavam impulsionando o crescimento.
Há 74 países no que a ONU chama de "grupo de fecundidade de nível intermediário", onde as mulheres têm entre 2,1 e 5 filhos.
O grupo abriga cerca de 43% da população mundial e inclui Brasil, Bangladesh, Egito, Índia, Indonésia, Irã, México e Filipinas _países que, segundo o estudo, podem atingir, até 2050, taxa de fecundidade de 1,85 filho por mulher.
Se o estudo estiver correto, a população mundial pode diminuir, ainda que não neste século. "Taxas de menos de dois filhos, como na Europa, significam que a população começa a declinar", disse Chamie. A fecundidade na Europa é de 1,34 filho por mulher.
Desde 1965, a fecundidade mundial diminuiu de 5 para 2,7.
Uma das principais causas do declínio seria a disseminação do uso de métodos contraceptivos. Agora que as mulheres têm os meios para limitar o tamanho de suas famílias, estão optando por fazê-lo, disse Chamie.
Além disso, muitas pessoas estão se mudando para cidades, diminuindo a necessidade de ter muitos filhos para trabalhar no campo. Declínio em taxas de mortalidade infantil e melhorias nos sistemas de assistência médica também teriam influência.
O Suriname tem a menor taxa de fecundidade entre os países intermediários, com 2,2 filhos por mulher, e a Guatemala e o Sudão, as mais altas, com uma média de 4,9 filhos por mulher. Segundo a ONU, a taxa brasileira entre 1995 e 2000 foi de 2,3 filhos por mulher.
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