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China acusa opositor por posse de documentos secretos
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da Folha Online
O jornalista e dissidente chinês Huang Qi, detido em 10 de junho em Xengdu, foi formalmente acusado pelo crime de "posse ilegal de segredos de Estado", informou a esposa Zeng Li, neste sábado.
"Ontem à tarde, sua mãe foi à delegacia de polícia do distrito de Wuhou (Xengdu) que informou sobre sua detenção", disse ela, por telefone.
Sua prisão aparentemente tem a ver com seu apoio a pais cujas crianças morreram no terremoto de 12 de maio, quando muitas escolas desabaram. Ele acusa a ocorrência de construções de segunda linha e falta de vistorias de segurança nos edifícios, afirmou sua mulher e grupos de defesa aos direitos humanos.
Zeng acrescentou que os contatos de Huang com jornalistas estrangeiros também pode ter irritado as autoridades.
A China está se preparando para realizar os Jogos Olímpicos de Pequim, e as autoridades do Partido Comunista pediram medidas duras para abafar protestos antes do evento.
"A polícia não disse a razão, mas cremos que é pelo fato de ele ter ajudado na região do terremoto com comida e dinheiro e encontrado muitos pais que perderam seus filhos", disse Zeng Li.
"A mãe disse aos policiais que, uma vez emitida a ordem de prisão, eles deveriam deixá-lo ver um advogado. Mas os policiais disseram que não era possível e que ainda deverá permanecer incomunicável por dois meses", continuou.
O advogado de Huang Qi, Mo Shaoping, denunciou que essa medida "é contrária à lei", mesmo na China, segundo Zeng Li.
Huang Qi, de 44 anos, que vive em Xengdu, capital de Sichuan (sudoeste), foi detido quando começou a apoiar os pais das crianças que morreram nas escolas da província durante o terremoto ocorrido recentemente e exigir explicações do governo.
Várias organizações de defesa dos direitos humanos acusaram o governo de fazer numerosas detenções de opositores nos últimos meses para evitar que possam perturbar os Jogos Olímpicos. O governo de Pequim nega tais acusações.
Huang Qi já esteve preso entre 2000 e 2005 por tentativa de subversão, depois que criou um site na internet a favor da democracia, e no qual denunciou inúmeros casos de corrupção dentro do governo.
Também reivindicou a libertação dos militantes que participaram dos acontecimentos da Praça Tiananmen, em 1989, e denunciou o desaparecimento de muitas crianças, seqüestradas por quadrilhas de traficantes de menores.
Huang Qi recebeu em 2004 o prêmio Cyber-Freedom da organização Repórteres Sem Fronteiras.
Depois de sair do cárcere, o jornalista reiniciou suas atividades e publicava suas matérias no site www.tianwang.com.
Huang Qi faz parte de uma lista de sete presos políticos chineses que o líder do grupo dos Verdes no Parlamento Europeu, Daniel Cohn-Bendit, enviou ao presidente francês Nicolas Sarkozy para que exija sua liberação durante a visita a Pequim para a abertura dos Jogos Olímpicos de 2008.
Com Reuters e France Presse
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