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25/09/2002
-
10h41
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, sitiado há quase uma semana em seu quartel-general de Ramallah, na Cisjordânia, passa o tempo discutindo com seus companheiros e falando por telefone para manter o contato com o mundo exterior.
Como todos os refugiados no quartel-general, Arafat dorme no chão e uma vez por dia come alimentos em conservas na própria lata.
E embora o velho líder palestino esteja com raiva da comunidade internacional, à qual acusa de ser favorável a Israel, mantém a "fé" em sua causa e aceita sua "sorte", enclausurado em um edifício lotado (250 homens estão isolados junto com ele), úmido e onde o odor é insuportável.
Esse é pelo menos o ambiente descrito nas conversações telefônicas que a reportagem manteve com os sitiados, que dispõem de telefones celulares.
Visto de fora, o prédio parece uma prisão. O Exército israelense terminou ontem de rodeá-lo com uma cerca de arame farpado e instalou projetores que o iluminam durante a noite.
Tanques e veículos blindados estão postados em diferentes pontos do que resta da Mukata de Ramallah, o quartel-general de Arafat, onde um só edifício continua ainda em pé, justamente aquele onde estão refugiados Arafat e seus homens.
Qualquer um que tente passar o cerco, será preso ou morto, afirmam os sitiados.
Apesar das "horríveis" condições no interior do edifício, Arafat faz todo o possível para tornar a situação menos tensa, contando piadas e rindo com os membros da Autoridade Nacional Palestina ou das forças de segurança, segundo as fontes.
Os sitiados descrevem a fome, o calor, a sujeira e o cheiro de podridão, além do isolamento e do medo de morrer em um ataque das tropas israelenses.
Sofrem "uma guerra psicológica", disse Basam Abu Sharif, um conselheiro de Arafat, que telefona todo dia para o líder palestino.
Regularmente, através de alto-falantes, os soldados israelenses lhes pedem para render-se. "Haverá muitas vítimas em caso de ataque. Os guarda-costas do presidente e os membros das forças de segurança estão armados e certamente lutarão", declarou um assessor de Arafat.
Apesar das pressões e do medo, os sitiados e o dirigente palestino sentem principalmente "cólera", segundo a fonte.
Arafat "está com muita raiva. O silêncio do mundo o deixa assim. O mundo não é neutro", declarou um oficial palestino sitiado, que pediu para manter o anonimato.
Leia mais no especial Oriente Médio
Sitiado, Iasser Arafat dorme no chão e come conservas em lata
da France Presse, em Ramallah (Cisjordânia)O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, sitiado há quase uma semana em seu quartel-general de Ramallah, na Cisjordânia, passa o tempo discutindo com seus companheiros e falando por telefone para manter o contato com o mundo exterior.
Como todos os refugiados no quartel-general, Arafat dorme no chão e uma vez por dia come alimentos em conservas na própria lata.
E embora o velho líder palestino esteja com raiva da comunidade internacional, à qual acusa de ser favorável a Israel, mantém a "fé" em sua causa e aceita sua "sorte", enclausurado em um edifício lotado (250 homens estão isolados junto com ele), úmido e onde o odor é insuportável.
Esse é pelo menos o ambiente descrito nas conversações telefônicas que a reportagem manteve com os sitiados, que dispõem de telefones celulares.
Visto de fora, o prédio parece uma prisão. O Exército israelense terminou ontem de rodeá-lo com uma cerca de arame farpado e instalou projetores que o iluminam durante a noite.
Tanques e veículos blindados estão postados em diferentes pontos do que resta da Mukata de Ramallah, o quartel-general de Arafat, onde um só edifício continua ainda em pé, justamente aquele onde estão refugiados Arafat e seus homens.
Qualquer um que tente passar o cerco, será preso ou morto, afirmam os sitiados.
Apesar das "horríveis" condições no interior do edifício, Arafat faz todo o possível para tornar a situação menos tensa, contando piadas e rindo com os membros da Autoridade Nacional Palestina ou das forças de segurança, segundo as fontes.
Os sitiados descrevem a fome, o calor, a sujeira e o cheiro de podridão, além do isolamento e do medo de morrer em um ataque das tropas israelenses.
Sofrem "uma guerra psicológica", disse Basam Abu Sharif, um conselheiro de Arafat, que telefona todo dia para o líder palestino.
Regularmente, através de alto-falantes, os soldados israelenses lhes pedem para render-se. "Haverá muitas vítimas em caso de ataque. Os guarda-costas do presidente e os membros das forças de segurança estão armados e certamente lutarão", declarou um assessor de Arafat.
Apesar das pressões e do medo, os sitiados e o dirigente palestino sentem principalmente "cólera", segundo a fonte.
Arafat "está com muita raiva. O silêncio do mundo o deixa assim. O mundo não é neutro", declarou um oficial palestino sitiado, que pediu para manter o anonimato.
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