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25/07/2000 - 22h01

"Konkordski", único concorrente do Concorde, também caiu em Paris

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IGOR GIELOW
Coordenador da Agência Folha

Reuters

Aviões Konkordski (acima) e Concorde

A tragédia com o Concorde nos arredores de Paris encerra uma ironia histórica. Há 27 anos, acabava também perto da capital francesa a carreira do único concorrente que o supersônico teve em 31 anos: o soviético Tupolev Tu-144, mais conhecido pelo apelido ocidental Konkordski.

O avião era filho da Guerra Fria e, segundo alguns, da espionagem soviética. Foi desenvolvido no fim dos anos 60, tendo feito seu primeiro vôo supersônico três meses antes do original franco-britânco, em dezembro de 1968.

Pela rapidez com que o projeto foi tocado, suspeita-se que o Kremlin usou de espionagem industrial. De todo modo, a máquina de propaganda soviética logo exacerbou as virtudes do avião: voava um pouco mais rápido que o Concorde (Mach 2,35 contra Mach 2,05) e era maior (144 passageiros, contra 100 do modelo ocidental).

Em 1973, chegou a hora da estréia aos olhos do mundo. O Konkordski foi apresentado no Show Aéreo de Paris, uma das mais tradicionais feiras do mundo. E, para espanto de todos, espatifou-se matando 13 pessoas.

O projeto ainda arrastou-se até 1977, quando um vôo inaugural foi feito entre Moscou e a capital do Casaquistão. Mas a imagem do avião já estava irremediavelmente arranhada.

Não que o acidente de hoje sepulte de vez a carreira do modelo franco-britânico, provavelmente o avião de carreira mais seguro do mundo _31 anos e um único acidente sério. Mas resta pouca dúvida de que haverá um impacto nos glamourosos vôos supersônicos, já estigmatizados pelo alto preço.

Em 1996, um grupo de empresas norte-americanas injetou capital na subsidiária da Tupolev que fabricava o Konkordski, prevendo a reativação do projeto dentro da realidade do preço do combustível _os dois choques do petróleo da década de 70 ajudaram a inviabilizar os custos do Concorde.

Foram colocados cerca de US$ 10 milhões no projeto do Tupolev 144LL, o novo Konkordski. Se tudo der certo, o que parece improvável, estaria voando em testes por volta de 2005.

Clique aqui para ler página especial sobre o acidente.

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