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Índia cria tribunais para julgar massacre de muçulmanos de 2002
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da Efe, em Nova Déli
A Suprema Corte da Índia ordenou nesta sexta-feira a criação de seis tribunais especiais para julgar os supostos responsáveis pelos massacres registradas no Estado ocidental de Gujarat em 2002, que deixaram mais de mil mortos, a maioria muçulmanos.
A Justiça disse também que as cortes serão estabelecidas no Estado de Gujarat, contra o pedido da Comissão Nacional de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), que queria que o julgamento acontecesse em outra região, segundo a agência Ians.
Os promotores serão designados pelas autoridades de Gujarat em consulta ao ex-diretor do Escritório Central de Investigação (CBI) R.K. Raghavan, e as audiências acontecerão de forma quase diária, embora não tenha especificado quando começarão.
O Supremo ordenou no dia 27 de abril uma investigação sobre o papel desempenhado no massacre do destacado líder hinduísta da oposição Narendra Modi, e de outras 62 pessoas.
Modi era chefe do governo de Gujarat --cargo que ainda ocupa-- em 2002, quando um trem com peregrinos hindus pegou fogo matando 58 pessoas, incidente que os fundamentalistas hindus atribuíram aos muçulmanos.
Nas horas seguintes, os muçulmanos de diferentes cidades de Gujarat foram atacados por grupos de radicais hindus que estupraram mulheres, queimaram casas, destruíram mesquitas e mataram centenas de pessoas.
Modi, um dirigente do opositor Bharatiya Janata Party (BJP), é acusado pela imprensa e amplos setores da população de permitir os massacres com a atitude passiva de suas forças de segurança.
O massacre de Gujarat é uma das tragédias da história recente indiana mais controversas, e, ainda hoje, são frequentes as alusões a ele entre os partidos políticos.
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