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19/08/2003 - 17h30

Bush autoriza vôos da operação contra o tráfico na Colômbia

da France Presse, em Crawford (EUA)

O presidente norte-americano, George W. Bush, autorizou o Departamento de Estado a retomar a cooperação com a Colômbia nos vôos de controle contra o tráfico aéreo de drogas, anunciou a Casa Branca hoje.

Reuters - 03.jan.2003
O presidente dos EUA, George W. Bush
O programa americano de intervenção aérea na Colômbia tinha sido suspenso em 2001, depois que um avião militar peruano, apoiado por uma aeronave americana de vigilância, derrubou um monomotor civil na região amazônica, matando a missionária americana Virginia Bowers e sua filha Charity.

"Com a autorização, o presidente considerou que a Colômbia pôs em prática procedimentos apropriados de proteção contra a perda de vidas inocentes", informou o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, em comunicado divulgado da fazenda de Bush em Crawford, Estado do Texas.

Hoje, em Bogotá, o secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, durante uma visita de menos de um dia à Colômbia, havia antecipado que os Estados Unidos decidiriam retomar os vôos conjuntos, como parte das operações contra o tráfico de drogas, na Colômbia.

"Acho que [a retomada das operações] é importante. Serviu antes e serve agora. Existem muitas maneiras de promover o comércio ilegal, por terra, ar e mar. Se não prestarmos atenção à via aérea, ela se torna o método preferido", disse Rumsfeld à imprensa.

Armas e narcotráfico

Rumsfeld não quis comentar se os aviões de vigilância americanos vão monitorar e apoiar a proibição de vôos suspeitos de levar armas aos grupos rebeldes colombianos e transportar drogas.

Reuters - 7.fev.2003
Donald Rumsfeld, secretário de Defesa dos EUA
Mas disse que "isto é uma questão de semântica. As mesmas pessoas fazem as duas coisas, narcotráfico e terrorismo, e lutam contra o governo democrático do povo colombiano".

Rumsfeld também se reunirá hoje com o presidente colombiano, Álvaro Uribe, com a ministra da Defesa, Marta Lucía Ramírez, e com a cúpula militar do país, que solicitou mais assistência tecnológica e de inteligência para as Forças Armadas.

A visita do secretário da Defesa soma-se às efetuadas ao país por funcionários americanos de alto nível, como o secretário de Estado, Colin Powell, em dezembro passado, e o chefe do combate às drogas, John Walters, em julho passado.

Há pouco mais de uma semana também estiveram em Bogotá o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Zoellick, e o chefe do Estado Maior Conjunto, general Richard Myers.

A visita de Rumsfeld está sendo feita em meio a medidas estritas de segurança, com a participação de 13 mil policiais e militares, três helicópteros e um avião especial americano.

Recursos

Segundo a ministra da Defesa colombiana, a visita de Rumsfeld representa uma oportunidade para solicitar os recursos e a assistência necessários para enfrentar com mais eficácia as guerrilhas de esquerda das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de Libertação da Colômbia), além dos paramilitares da extrema-direita, considerados por Washington grupos terroristas que são financiados pelo narcotráfico.

Ramírez destacou que as prioridades da Colômbia apontam para a obtenção de inteligência por satélite, em tempo real, treinamento de batalhões da selva e assistência tecnológica de ponta, como câmeras e circuitos de vigilância.

Desde 1999, os Estados Unidos fornecem a Bogotá uma ajuda econômica e militar calculada em US$ 2 bilhões, como parte do Plano Colômbia, o que transforma o país andino no terceiro receptor de assistência americana, depois de Israel e Egito.

Esta ajuda, inicialmente destinada ao combate antidrogas, ampliou-se ano passado à luta contra os rebeldes.

Além da crescente participação de Washington no conflito interno, a visita do secretário da Defesa, considerado um dos homens fortes do governo do Bush, se produz num contexto em que Uribe e os rebeldes radicalizaram suas posições.

As Farc mantêm em cativeiro, desde 13 de fevereiro, três americanos, a quem capturaram depois da queda do avião em que estavam fazendo trabalhos de inteligência, no sul do país. E anunciaram que só os libertarão mediante uma troca de prisioneiros. Nesse incidente foram assassinados um americano e um militar colombiano.

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