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11/03/2004
-
17h35
da Folha Online
Pelo menos 192 pessoas morreram e 1.400 ficaram feridas hoje em uma série de explosões terroristas em Madri, no pior atentado da história da Espanha e da União Européia. Foram dez explosões em quatro trens que se movimentavam em três estações ao longo da mesma linha.
O ataque foi "sincronizado", em plena hora de rush, entre 7h35 e 7h55 (entre 3h35 e 3h55, no horário de Brasília). Milhares de pessoas se dirigiam ao trabalho.
Uma suposta carta da Al Qaeda, rede terrorista, reivindicou o atentado, segundo o jornal árabe "Al Quds Al Arabi".
A suspeita de ação da rede ligada a Osama bin Laden cresce porque autoridades espanholas encontraram um furgão em Madri, no qual havia sete detonadores e uma fita gravada em árabe. A informação foi divulgada pelo ministro do Interior, Angel Acebes.
O governo espanhol --um dos principais aliados dos EUA na Guerra do Iraque--, no entanto, também não descarta que o grupo separatista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade) esteja por trás da matança. O ETA luta por um Estado independente e já causou a morte de 850 pessoas desde 1968.
Carnificina
Pedaços de corpos, poças de sangue e corpos carbonizados ficaram espalhados pelos locais das explosões. Feridos ensangüentados eram tirados dos destroços e levados às pressas para hospitais.
"Vi várias coisas explodirem no ar, não sei, foi horrível", disse funcionário público Juani Fernandez à agência de notícias Associated Press.
A estudante brasileira Mayra Oliveira, 20, estava na plataforma de Atocha no momento das explosões, segundo seu irmão, Guilherme Oliveira. Mayra mora na Espanha desde 2002, onde estuda economia.
"Ela ligou para nós trêmula, com a voz alterada, por volta das 6h30, avisando que estava bem", disse seu irmão Guilherme, 17. "Ela contou que estava na plataforma e viu avisos para que todos saíssem."
A carnificina parou a Espanha. Foram suspensas as campanhas políticas para as eleições que ocorrem dentro de três dias no país. Várias viagens de trem entre Espanha e França também foram canceladas.
Os ataques causaram forte indignação e repúdio de governos de vários países. A Espanha decretou luto de três dias.
"Estão trazendo os corpos para o Ifema [Feria de Madrid - Parque Ferial Juan Carlos 1º]. É um lugar onde fazem feiras e eventos e daqui dá para ver os carros chegarem com os corpos", disse à Folha Online a jornalista Thays Barca, 27, que trabalha na empresa IBM, no nordeste da capital espanhola.
Os trens atingidos transportavam passageiros provenientes de Alcalá de Henares e Guadalajara. As estações atingidas foram Atocha, El Pozo e Santa Eugenia.
Com agências internacionais
Especial
Saiba mais sobre os ataques terroristas na Espanha
Atentado na Espanha mata 192; Al Qaeda reivindica ação, diz jornal árabe
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Pelo menos 192 pessoas morreram e 1.400 ficaram feridas hoje em uma série de explosões terroristas em Madri, no pior atentado da história da Espanha e da União Européia. Foram dez explosões em quatro trens que se movimentavam em três estações ao longo da mesma linha.
O ataque foi "sincronizado", em plena hora de rush, entre 7h35 e 7h55 (entre 3h35 e 3h55, no horário de Brasília). Milhares de pessoas se dirigiam ao trabalho.
Uma suposta carta da Al Qaeda, rede terrorista, reivindicou o atentado, segundo o jornal árabe "Al Quds Al Arabi".
A suspeita de ação da rede ligada a Osama bin Laden cresce porque autoridades espanholas encontraram um furgão em Madri, no qual havia sete detonadores e uma fita gravada em árabe. A informação foi divulgada pelo ministro do Interior, Angel Acebes.
O governo espanhol --um dos principais aliados dos EUA na Guerra do Iraque--, no entanto, também não descarta que o grupo separatista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade) esteja por trás da matança. O ETA luta por um Estado independente e já causou a morte de 850 pessoas desde 1968.
Carnificina
Pedaços de corpos, poças de sangue e corpos carbonizados ficaram espalhados pelos locais das explosões. Feridos ensangüentados eram tirados dos destroços e levados às pressas para hospitais.
"Vi várias coisas explodirem no ar, não sei, foi horrível", disse funcionário público Juani Fernandez à agência de notícias Associated Press.
A estudante brasileira Mayra Oliveira, 20, estava na plataforma de Atocha no momento das explosões, segundo seu irmão, Guilherme Oliveira. Mayra mora na Espanha desde 2002, onde estuda economia.
"Ela ligou para nós trêmula, com a voz alterada, por volta das 6h30, avisando que estava bem", disse seu irmão Guilherme, 17. "Ela contou que estava na plataforma e viu avisos para que todos saíssem."
A carnificina parou a Espanha. Foram suspensas as campanhas políticas para as eleições que ocorrem dentro de três dias no país. Várias viagens de trem entre Espanha e França também foram canceladas.
Os ataques causaram forte indignação e repúdio de governos de vários países. A Espanha decretou luto de três dias.
"Estão trazendo os corpos para o Ifema [Feria de Madrid - Parque Ferial Juan Carlos 1º]. É um lugar onde fazem feiras e eventos e daqui dá para ver os carros chegarem com os corpos", disse à Folha Online a jornalista Thays Barca, 27, que trabalha na empresa IBM, no nordeste da capital espanhola.
Os trens atingidos transportavam passageiros provenientes de Alcalá de Henares e Guadalajara. As estações atingidas foram Atocha, El Pozo e Santa Eugenia.
Com agências internacionais
Especial
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