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14/03/2004
-
19h25
da Folha Online
José Luis Rodríguez Zapatero, 43, levou o Partido Socialista do limbo político a uma espetacular vitória nas eleições gerais na Espanha hoje. Zapatero vai precisar de toda a calma e serenidade que o caracterizam para unir o país após os atentados na quinta-feira, em Madri.
Até quinta-feira, Zapatero era considerado como um "outsider" para ocupar o principal cargo político da Espanha e irritou muitos integrantes de seu partido por sua falta de agressividade.
Sua tendência à conciliação --provavelmente devida à sua formação como advogado--, no entanto, pode se provar um importante recurso estratégico na busca por um governo de coalizão com as legendas de esquerda ou com partidos regionais. Pode também ajudar a Espanha a superar o trauma dos atentados na quinta-feira (11), nos quais morreram 200 pessoas e 1.500 ficaram feridas.
Um dos primeiros atos de Zapatero como premiê poderia ser a retirada dos 1.300 soldados espanhóis do Iraque. Ele prometeu retirá-los se a ONU (Organização das Nações Unidas) não conseguir estabelecer o controle no Iraque até o fim de junho. O líder socialista, que se tornou o membro mais jovem do Parlamento, com 26 anos, também terá uma tarefa árdua pela frente, para pacificar os poderosos nacionalistas catalães e bascos, ávidos por combater o poder de Madri.
Zapatero não poderá também esquecer de cortejar os sindicatos espanhóis e os velhos socialistas e manter a lealdade dos braços regionais do partido. Ele é freqüentemente comparado ao "advogado da Terceira Via", o premiê britânico, Tony Blair.
"Ele é um boxeador duro, do tipo que tem problemas nos quatro primeiros rounds e depois toma controle da luta", disse seu antigo professor de direito, Manuel Garcia, ao jornal espanhol "El País".
Calmo, sereno
Diferente do temperamento exaltado dos espanhóis, Zapatero é famoso pela calma, e amigos seus dizem nunca tê-lo visto nervoso. Casado, pai de dois filhos, Zapatero se orgulha de sua educação. Zapatero confessa não ter preferência por qualquer tipo de comida e não beber, em um país bastante orgulhoso de sua culinária.
Ele descobriu que a política estava em seu sangue aos 16 anos, quando soube da história de seu avô, um coronel do exército executado por um pelotão de fuzilamento fascista durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
Aos 18 anos, Zapatero se filiou ao Partido Socialista. Ele subiu rapidamente dentro do partido depois da vitória do então líder socialista Felipe Gonzáles --um dos heróis de Zapatero.
Ironicamente, Gonzáles --que ficou no poder até 1996, quando perdeu o cargo de premiê para Aznar, em meio a acusações de corrupção-- foi um dos maiores críticos de Zapatero em seus primeiros dias como líder do partido, devido a sua moderação.
Os críticos dizem que falta a Zapatero "instinto assassino" e apontaram sua inabilidade como líder socialista quando falhou em capitalizar com os muitos movimentos impopulares do Partido Popular, como a reforma trabalhista e o apoio aos EUA na campanha contra o Iraque no ano passado.
Recentemente, a descoberta que um líder de um dos partidos da coalizão socialista no governo da Catalunha manteve conversas secretas com o grupo separatista e terrorista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade) levou o partido do governo a dizer que Zapatero não tinha controle sobre o próprio partido.
Com agências internacionais
Especial
Saiba mais sobre os ataques terroristas na Espanha
Veja perfil do socialista José Rodríguez Zapatero, novo premiê espanhol
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José Luis Rodríguez Zapatero, 43, levou o Partido Socialista do limbo político a uma espetacular vitória nas eleições gerais na Espanha hoje. Zapatero vai precisar de toda a calma e serenidade que o caracterizam para unir o país após os atentados na quinta-feira, em Madri.
Associated Press |
Zapatero, premiê eleito |
Até quinta-feira, Zapatero era considerado como um "outsider" para ocupar o principal cargo político da Espanha e irritou muitos integrantes de seu partido por sua falta de agressividade.
Sua tendência à conciliação --provavelmente devida à sua formação como advogado--, no entanto, pode se provar um importante recurso estratégico na busca por um governo de coalizão com as legendas de esquerda ou com partidos regionais. Pode também ajudar a Espanha a superar o trauma dos atentados na quinta-feira (11), nos quais morreram 200 pessoas e 1.500 ficaram feridas.
Um dos primeiros atos de Zapatero como premiê poderia ser a retirada dos 1.300 soldados espanhóis do Iraque. Ele prometeu retirá-los se a ONU (Organização das Nações Unidas) não conseguir estabelecer o controle no Iraque até o fim de junho. O líder socialista, que se tornou o membro mais jovem do Parlamento, com 26 anos, também terá uma tarefa árdua pela frente, para pacificar os poderosos nacionalistas catalães e bascos, ávidos por combater o poder de Madri.
Zapatero não poderá também esquecer de cortejar os sindicatos espanhóis e os velhos socialistas e manter a lealdade dos braços regionais do partido. Ele é freqüentemente comparado ao "advogado da Terceira Via", o premiê britânico, Tony Blair.
"Ele é um boxeador duro, do tipo que tem problemas nos quatro primeiros rounds e depois toma controle da luta", disse seu antigo professor de direito, Manuel Garcia, ao jornal espanhol "El País".
Calmo, sereno
Diferente do temperamento exaltado dos espanhóis, Zapatero é famoso pela calma, e amigos seus dizem nunca tê-lo visto nervoso. Casado, pai de dois filhos, Zapatero se orgulha de sua educação. Zapatero confessa não ter preferência por qualquer tipo de comida e não beber, em um país bastante orgulhoso de sua culinária.
Ele descobriu que a política estava em seu sangue aos 16 anos, quando soube da história de seu avô, um coronel do exército executado por um pelotão de fuzilamento fascista durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
Aos 18 anos, Zapatero se filiou ao Partido Socialista. Ele subiu rapidamente dentro do partido depois da vitória do então líder socialista Felipe Gonzáles --um dos heróis de Zapatero.
Ironicamente, Gonzáles --que ficou no poder até 1996, quando perdeu o cargo de premiê para Aznar, em meio a acusações de corrupção-- foi um dos maiores críticos de Zapatero em seus primeiros dias como líder do partido, devido a sua moderação.
Os críticos dizem que falta a Zapatero "instinto assassino" e apontaram sua inabilidade como líder socialista quando falhou em capitalizar com os muitos movimentos impopulares do Partido Popular, como a reforma trabalhista e o apoio aos EUA na campanha contra o Iraque no ano passado.
Recentemente, a descoberta que um líder de um dos partidos da coalizão socialista no governo da Catalunha manteve conversas secretas com o grupo separatista e terrorista basco ETA (Pátria Basca e Liberdade) levou o partido do governo a dizer que Zapatero não tinha controle sobre o próprio partido.
Com agências internacionais
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