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22/02/2002 - 00h00

Entenda o conflito entre as Farc e o governo colombiano

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da Folha Online

Desde os anos 60, movimentos guerrilheiros marxistas dominam a zona rural do país. Nos anos 80, eles passaram a se financiar com o dinheiro de "impostos" cobrados dos traficantes. Como reação ao crescimento do poderio guerrilheiro, militares e fazendeiros, criam milícias chamadas de paramilitares. Hoje, os paramilitares também são financiados pelo tráfico

Em 1998, o presidente Andrés Pastrana inicia negociações de paz com o principal grupo guerrilheiro, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Cede aos rebeldes uma área de 42 mil km², mas os conflitos continuam. Pressionados pelo EUA, o governo colombiano cria o Plano Colômbia.

Financiado em boa parte pelos EUA, o plano visa combater o narcotráfico, considerado hoje a maior fonte de financiamento dos guerrilheiros. Entre os principais objetivos do plano estão equipar e treinar três batalhões de mil homens cada para combater o narcotráfico, identificar e erradicar pontos de tráfico e plantações de coca, destruir refinarias e laboratórios em que a droga é produzida e interceptar carregamentos de armas destinados às Farc. A guerrilha tem 16.500 combatentes no país.

Em 1999, depois de alguns encontros e conversações, as Farc suspendem unilateralmente o processo de paz em protesto contra massacres realizados por paramilitares de ultradireita. A guerrilha exige que governo combata esses grupos armados.

No ano seguinte, os Estados Unidos aprovam ajuda de US$ 1 bilhão à Colômbia para apoiar a luta contra o narcotráfico nas selvas do sul controladas pela guerrilha. Quatro meses mais tarde, em novembro, as Farc voltam a suspender unilateralmente o processo de paz em protesto contra uma reunião do ministro do Interior com o líder máximo dos grupos paramilitares

Em 2001, um guerrilheiro desertor das Farc sequestrou um avião com 31 pessoas a bordo. Ele foi capturado e o incidente não causou danos ou vítimas. Em junho, as Farc libertam 359 policiais e soldados capturados em combates nos últimos três anos, e o governo liberta 14 rebeldes depois de os dois lados assinarem acordo humanitário.

Após um curto período de tranquilidade, as Farc sequestram a ex-ministra da Cultura, Consuelo Araújo, que é assassinada alguns dias depois. Em outubro, o governo colombiano e as Farc firmam acordo comprometendo-se a começar a discussão de um cessar-fogo. O acordo permite salvar a negociação, que estava a ponto de romper-se.

Com isso, Pastrana prorroga a zona desmilitarizada até 20 de janeiro de 2002. Ainda em outubro de 2001, a guerrilha anuncia que não voltará às reuniões de paz até que o governo suspenda a vigilância do encrave rebelde, mas o governo não aceita, e as negociações são novamente paralisadas.

Em janeiro de 2002, o governo dá 48 horas para as Farc deixarem as zonas demilitarizadas, mas se flexível para a retomar as negociações. O governo e os rebeldes concordam em retomar as negociações após a intervenção de diplomatas estrangeiros. Um mês depois, Pastrana rompe o processo de paz, enviando tropas às zonas desmilitarizadas do país depois que rebeldes sequestraram um avião fizeram um senador refém.

Leia mais *no especial Colômbia *

 

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