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02/08/2004 - 04h50

Americanos cogitaram atacar alvos na Tríplice Fronteira após 11/9

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FERNANDO CANZIAN
da Folha de S.Paulo, de Washington

Os EUA cogitaram atacar supostos alvos terroristas na região da Tríplice Fronteira, entre Brasil, Paraguai e Argentina, dias depois dos atentados do 11 de Setembro.

Segundo informações obtidas pela revista "Newsweek", um memorando do Pentágono escrito logo depois dos ataques a Nova York e Washington apontou a Tríplice Fronteira e regiões no Sudeste Asiático como "alvos" que "surpreenderiam os terroristas".

A informação veio a público por meio da comissão mista do Congresso americano que investigou as ações dos EUA envolvendo o 11 de Setembro.

O memorando não assinado citando a Tríplice Fronteira teria sido escrito pelo subsecretário de Defesa dos EUA, Douglas Feith, com a ajuda de dois assessores, o analista militar Michael Mallof e o especialista em Oriente Médio David Wurmser --hoje o principal assessor para política externa do vice-presidente americano, Dick Cheney.

O argumento-base do memorando é a suposta presença na região de ativistas e financiadores do grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã. As ações serviriam para eliminar ou prender terroristas em locais "onde eles não esperavam ser atacados".

Segundo a "Newsweek", o memorando chegou a ser apresentado a altos funcionários da área de política externa do presidente George W. Bush.

Durante as investigações da comissão do Congresso, funcionários da Casa Branca afirmaram que a idéia foi vista como "beligerante" e jamais adotada.

Procurados, os departamentos de Estado e Defesa não quiseram comentar o caso ontem.

No pacote de idéias "heterodoxas" na guerra contra o terror logo após o 11 de Setembro constou também a proposta do secretário-adjunto de Defesa, Paul Wolfowitz, de atacar o Iraque.

Em um memorando de 17 de setembro de 2001, Wolfowitz afirma que havia "mais chances do que uma em dez" de que Saddam Hussein estivesse por trás dos ataques terroristas contra os EUA.

Wolfowitz acusou o Iraque usando como base uma controvertida teoria da acadêmica Laurie Mylroie, autora de dois livros sobre Saddam. Mylroie acredita que Ramzi Yousef, idealizador do atentado a bomba contra o World Trade Center em 1993, integrava a inteligência iraquiana.

Em depoimento à comissão do Congresso, um assessor de Wolfowitz afirmou que o memorando de seu chefe "não se tratava de teorias, mas de fatos".

A comissão parlamentar, que encerrou seus trabalhos há duas semanas, não encontrou nenhuma evidência do envolvimento do Iraque nos atentados de 1993 e 2001.
 

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