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26/12/2004 - 14h32

Sobreviventes contam suas histórias e buscam seus mortos na Índia

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da Reuters, em Madras

Parentes em lamentação se juntaram em torno de dezenas de corpos nas praias no sul da Índia neste domingo depois que um tsunami (onda gigante) disparado por um terremoto na distante Indonésia foi responsável pela morte de cerca de 2.000 pessoas.

As estações de TV mostraram pessoas carregando corpos para hospitais enquanto dezenas mais, incluindo algumas jovens, eram atiradas em caminhões em Madras, capital do Estado de Tamil Nadu, o mais atingido.

Vastas regiões do país foram também submersas em um dos maiores desastres naturais da Índia, com ondas gigantescas e ventos que arrasaram Tamil Nadu e a vizinha Andhra Pradesh, deixando milhares de pessoas sem moradia e centenas de pescadores desaparecidos.

Um oficial de governo disse que ao menos 1.625 pessoas foram mortas somente em Tamil Nadu. "Jamais em minha vida eu tive tal experiência. A área inteira foi transformada em um cemitério", disse Chellappa, um pescador de 55 anos de Madras.

Horas depois da passagem do tsunami, prantos de mulheres atravessaram a noite na vila de pescadores de Madras. Um forte cheiro de peixe, querosene e corpos mortos permanecia nas ruínas da vila. Escombros domésticos incluindo panelas, frigideiras, redes de pesca, televisões quebradas e chinelos estavam espalhados pelo chão.

Som assustador

"Eu estava de pé na praia quando notei que o nível do mar estava subindo, mas eu não fiquei preocupado porque pensei que era apenas uma maré alta estranha. Então eu ouvi um som assustador que eu jamais tinha ouvido antes. Foi um som crescente, seguido por um barulho ensurdecedor que parecia ficar cada mais alto. Eu gritei para alguém correr e comecei a fugir para a terra", disse o pescador Chellappa.

"Eu estava tomando um banho e antes que eu percebesse o que estava acontecendo, a água do mar entrou no banheiro. Eu fiquei tão aterrorizado que fugi", disse outro pescador, Pazhani.

"Eu estava tomando meu café da manhã com minhas três crianças quando a água começou a entrar na minha casa. Nós tivemos que deixar tudo e correr para a segurança. Nós não sabemos o que aconteceu com nossa televisão, rádio e utensílios", afirmou sua esposa, Lakshmi.

Carros parcialmente submersos e barcos destruídos permaneceram numa faixa de 12 km ao longo da praia Marina, em Madras.

"Minha mãe foi ao litoral comprar peixe quando a onda veio e a cobriu. Levou uma hora para conseguirmos descobrir seu corpo. Agradeço a Deus que meu marido não foi para o mar porque estava doente", disse Muthulakshmi, uma esposa de pescador, que permanecia sobre um pavimento com centenas de refugiados.

Em Andhra Pradesh, cerca de 400 pescadores continuavam desaparecidos e 200 devotos hindus -- que estavam na praia para um espécie de batismo pela manhã-- provavelmente morreram. O ministro do Interior Shivraj Patil afirmou à estação de TV local que ao menos 200 pessoas morreram em Andhra Pradesh.

Um oficial em Kerala, na costa sudoeste, disse que ao menos 92 pessoas foram mortas no Estado. As Forças Armadas da Índia foram chamadas para ajudar nas operações de resgate no país e na vizinha Sri Lanka, que foi atingida com força total pelo tsunami.

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