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10/04/2005
-
14h44
da France Presse, no Vaticano
Após haver servido a cinco papas ao longo de mais de meio século, o cardeal espanhol Eduardo Martínez Somalo se converteu nesta semana, após a morte do papa João Paulo 2º, no encarregado pela transição papal, uma oportunidade que teria preferido evitar.
O religioso de 78 anos, um dos mais estreitos colaboradores do papa polonês ao longo de seu pontificado, ostenta desde cinco de abril de 1993 o cargo de cardeal camerlengo, função que somente ganha relevância após a morte do papa.
Desta forma, tal como acorreu no dia 2 de abril passado após o falecimento de João Paulo 2º, este homem se converte na máxima autoridade da Igreja Católica e se encarrega de administrar a transição até a eleição de um novo pontífice.
"É competência do camerlengo da Santa Igreja Romana, durante a 'Sede Vacante', administrar e cuidar dos bens e dos direitos temporais da Santa Sé, com ajuda dos cardeais assistentes", segundo a Constituição Apostólica promulgada por João Paulo 2º em 1996 e que prevê todos os detalhes dos seus funerais e de sua sucessão.
Ainda que não possa ser considerado um papa interino, já que seus poderes são muito limitados, não podendo inclusive mudar leis ou nomear cardeais, o trabalho do camerlengo começa com a comprovação oficial da morte do papa e a assinatura da ata da morte.
Martínez Somalo, que deve a João Paulo 2º sua ascensão no Vaticano, teve que tirar forças da fraqueza para assumir este importante papel.
Seu sobrinho, outro religioso, declarou de Roma a um jornal de sua região que o cardeal Martínez Somalo ficara muito afetado com a morte do papa, mas prosseguiu imerso no seu trabalho diário provocado pelo falecimento do sumo pontífice.
Entre as suas funções enquanto o trono de São Pedro está vazio, também está o processo de selar os aposentos do papa morto, o que deveria fazer após o funeral desta sexta-feira, que ajudou a determinar, ficando encarregado ainda do Palácio Apostólico e de outras residências oficiais para entregá-las intactas a seu sucessor.
Martínez Somalo, um prelado discreto e jovial a quem seus críticos consideraram muito próximo do Opus Dei, fez praticamente toda a sua carreira religiosa entre os muros do Vaticano e serviu a cinco papas: Pio 12º, João 23º, Paulo 6º, João Paulo 1º e João Paulo 2º.
Nascido no dia 31 de março de 1927, na pequena localidade de Baños del Río Tobia (La Rioja, norte), formou-se em Teologia e Direito Canônico em Roma, onde foi ordenado sacerdote em 1950.
Após exercer durante alguns anos o ministério em sua terra, regressou à Cidade Eterna e em agosto de 1956, com somente 29 anos, entrou para a secretaria de Estado da Santa Sé como responsável pela seção espanhola.
Depois de um período eclesiástico na Grã-Bretanha, foi nomeado núncio apostólico na Colômbia, onde permaneceu quatro anos.
Ao término de sua missão, no dia 5 de maio de 1979, o papa João Paulo 2º, nomeado em outubro de 1978, chamou o prelado e lhe concedeu o cargo de substituto da secretaria de Estado, o que deu início a uma vigorosa ascensão.
Cardeal em junho de 1988, prefeito da Congregação para o Culto Divino, prefeito para a Congregação dos Institutos da Vida em 1992 e camerlengo da Igreja Católica de 1993, cargo que ocupou até a atualidade.
Neste cargo, ele também se ocupa de preservar o secreto processo da eleição do novo papa, que começará no dia 18 de abril com o conclave dos cardeais.
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Camerlengo cuida dos bens da Santa Sé até eleição do papa
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Após haver servido a cinco papas ao longo de mais de meio século, o cardeal espanhol Eduardo Martínez Somalo se converteu nesta semana, após a morte do papa João Paulo 2º, no encarregado pela transição papal, uma oportunidade que teria preferido evitar.
O religioso de 78 anos, um dos mais estreitos colaboradores do papa polonês ao longo de seu pontificado, ostenta desde cinco de abril de 1993 o cargo de cardeal camerlengo, função que somente ganha relevância após a morte do papa.
Desta forma, tal como acorreu no dia 2 de abril passado após o falecimento de João Paulo 2º, este homem se converte na máxima autoridade da Igreja Católica e se encarrega de administrar a transição até a eleição de um novo pontífice.
"É competência do camerlengo da Santa Igreja Romana, durante a 'Sede Vacante', administrar e cuidar dos bens e dos direitos temporais da Santa Sé, com ajuda dos cardeais assistentes", segundo a Constituição Apostólica promulgada por João Paulo 2º em 1996 e que prevê todos os detalhes dos seus funerais e de sua sucessão.
Ainda que não possa ser considerado um papa interino, já que seus poderes são muito limitados, não podendo inclusive mudar leis ou nomear cardeais, o trabalho do camerlengo começa com a comprovação oficial da morte do papa e a assinatura da ata da morte.
Martínez Somalo, que deve a João Paulo 2º sua ascensão no Vaticano, teve que tirar forças da fraqueza para assumir este importante papel.
Seu sobrinho, outro religioso, declarou de Roma a um jornal de sua região que o cardeal Martínez Somalo ficara muito afetado com a morte do papa, mas prosseguiu imerso no seu trabalho diário provocado pelo falecimento do sumo pontífice.
Entre as suas funções enquanto o trono de São Pedro está vazio, também está o processo de selar os aposentos do papa morto, o que deveria fazer após o funeral desta sexta-feira, que ajudou a determinar, ficando encarregado ainda do Palácio Apostólico e de outras residências oficiais para entregá-las intactas a seu sucessor.
Martínez Somalo, um prelado discreto e jovial a quem seus críticos consideraram muito próximo do Opus Dei, fez praticamente toda a sua carreira religiosa entre os muros do Vaticano e serviu a cinco papas: Pio 12º, João 23º, Paulo 6º, João Paulo 1º e João Paulo 2º.
Nascido no dia 31 de março de 1927, na pequena localidade de Baños del Río Tobia (La Rioja, norte), formou-se em Teologia e Direito Canônico em Roma, onde foi ordenado sacerdote em 1950.
Após exercer durante alguns anos o ministério em sua terra, regressou à Cidade Eterna e em agosto de 1956, com somente 29 anos, entrou para a secretaria de Estado da Santa Sé como responsável pela seção espanhola.
Depois de um período eclesiástico na Grã-Bretanha, foi nomeado núncio apostólico na Colômbia, onde permaneceu quatro anos.
Ao término de sua missão, no dia 5 de maio de 1979, o papa João Paulo 2º, nomeado em outubro de 1978, chamou o prelado e lhe concedeu o cargo de substituto da secretaria de Estado, o que deu início a uma vigorosa ascensão.
Cardeal em junho de 1988, prefeito da Congregação para o Culto Divino, prefeito para a Congregação dos Institutos da Vida em 1992 e camerlengo da Igreja Católica de 1993, cargo que ocupou até a atualidade.
Neste cargo, ele também se ocupa de preservar o secreto processo da eleição do novo papa, que começará no dia 18 de abril com o conclave dos cardeais.
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