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17/04/2005
-
20h53
CLARICE SPITZ
da Folha Online
O cardeal nigeriano Francis Arinze, 72, amigo próximo de João Paulo 2º e influente na hierarquia da Igreja Católica, pode se tornar o primeiro papa comprovadamente negro a chefiar a Santa Sé.
A Igreja Católica não tem registros sobre a raça dos mais de 200 papas que já comandaram o posto máximo desde Pedro e não se pode afirmar com segurança se houve papas negros já que a fotografia é uma invenção do fim do século 19.
Sabe-se, no entanto, que três deles, que ocuparam a chefia do papado entre o século 2 e o século 5, tinham origem africana: Vitor 1º, Melquíades e Gelásio 1º.
Santo Agostinho, um dos maiores pensadores cristãos, era africano, mas não negro.
Mário Sérgio Cortella, 51, professor titular de Teologia da PUC-SP, diz acreditar na existência de papas negros. "O cristianismo nasce numa região de não-brancos, a Palestina. Jesus de Nazaré não era branquinho de olhos azuis como afirmam nos filmes de Hollywood", afirma.
Apesar de a Igreja Católica ter apoiado a escravidão na América Latina, por exemplo, Cortella destaca que a questão da negritude importa para o mundo-pós-renascentista. "Afirmar que Arinze seria o primeiro papa negro é absolutamente surpreendente."
Para o frei Davi Santos, 53, diretor-executivo da ONG Educafro, que coordena 255 cursinhos pré-vestibular para negros e carentes no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, a eleição de Arinze abre espaço para a luta contra o racismo.
"Se eleito, ele vai ser um grande sinal de chamada à consciência de toda a humanidade frente à discriminação em escala mundial", afirmou.
No entanto, frei Davi alfineta o cardeal nigeriano que, segundo ele, esqueceu-se de combater os desafios do continente mais pobre do planeta. "Se Arinze quisesse denunciar o abandono da África já poderia ter feito enquanto cardeal."
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Cardeal nigeriano pode ser 1º papa comprovadamente negro da história
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da Folha Online
O cardeal nigeriano Francis Arinze, 72, amigo próximo de João Paulo 2º e influente na hierarquia da Igreja Católica, pode se tornar o primeiro papa comprovadamente negro a chefiar a Santa Sé.
Jerry Lampen/Reuters |
Cardeal Francis Arinze |
Sabe-se, no entanto, que três deles, que ocuparam a chefia do papado entre o século 2 e o século 5, tinham origem africana: Vitor 1º, Melquíades e Gelásio 1º.
Santo Agostinho, um dos maiores pensadores cristãos, era africano, mas não negro.
Mário Sérgio Cortella, 51, professor titular de Teologia da PUC-SP, diz acreditar na existência de papas negros. "O cristianismo nasce numa região de não-brancos, a Palestina. Jesus de Nazaré não era branquinho de olhos azuis como afirmam nos filmes de Hollywood", afirma.
Apesar de a Igreja Católica ter apoiado a escravidão na América Latina, por exemplo, Cortella destaca que a questão da negritude importa para o mundo-pós-renascentista. "Afirmar que Arinze seria o primeiro papa negro é absolutamente surpreendente."
Para o frei Davi Santos, 53, diretor-executivo da ONG Educafro, que coordena 255 cursinhos pré-vestibular para negros e carentes no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, a eleição de Arinze abre espaço para a luta contra o racismo.
"Se eleito, ele vai ser um grande sinal de chamada à consciência de toda a humanidade frente à discriminação em escala mundial", afirmou.
No entanto, frei Davi alfineta o cardeal nigeriano que, segundo ele, esqueceu-se de combater os desafios do continente mais pobre do planeta. "Se Arinze quisesse denunciar o abandono da África já poderia ter feito enquanto cardeal."
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