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19/04/2005
-
08h38
RODRIGO WERNECK
Colaboração para a Folha Online de Roma
Os jornais italianos especulam, em suas edições desta terça-feira, sobre os resultados das votações de ontem, o primeiro dia conclave convocado para definir o sucessor de João Paulo 2º.
Para o vaticanista Luigi Accattoli, do "Corriere della Sera", o cardeal alemão Joseph Ratzinger, decano do Colégio de Cardeais, e Carlo Maria Martini, arcebispo emérito de Milão, devem ter polarizado a disputa na segunda-feira.
Segundo os vaticanistas, Ratzinger leva o voto dos cardeais conservadores, enquanto Martini é o principal nome dos progressistas.
"Ambos devem ter sido votados no escrutínio da noite desta segunda-feira. Ninguém pode dizer o que aconteceu, mas as vozes da vigília davam vantagem para Ratzinger e, votado por um bom grupo também, Martini. São duas candidaturas simbólicas, ou de bandeira, não para fazê-los papas contra as suas vontades [manifestadas antes do conclave], mas para uma verificação de orientações", escreveu.
Iniciado na tarde da segunda-feira, o processo de escolha do novo papa pode passar de 18 dias, data em que expira o tempo máximo de vacância da Santa Sé, de 35 dias --Karol Wojtyla morreu em 2 de abril.
De acordo com as novas regras, após 30 votações [nas quais o candidato deve alcançar dois terços dos votos], o camerlengo [líder interino do Vaticano] pode mudar o sistema, optando pela escolha por maioria simples, no caso de apenas os dois mais votados nas sessões anteriores disputarem o cargo. O conclave termina quando o novo sumo pontífice concorda com sua eleição.
A expectativa dos vaticanistas é que o conclave termine até esta quarta-feira, antes da pausa para repouso e orações. Marco Politi, do "La Repubblica", diz que os escrutínios desta terça devem servir para fortalecer as alianças e os apoios entre os cardeais-eleitores.
"Não é, obviamente, possível estabelecer em quanto tempo ocorrerá um consenso, mas não se pode excluir que as votações de amanhã podem ser decisivas", disse.
Já o vaticanista Accattoli, do "Corriere", aborda a possibilidade de o sucessor do papa João Paulo 2º ser conhecido ainda nesta terça-feira.
"É possível, de fato, que o novo papa chegue hoje. Ao longo desta terça-feira estão previstos quatro escrutínios, com os quais já serão cinco, junto do primeiro de ontem, e a história recente diz que três papas foram eleitos neste curto tempo: Pacelli (Pio 12) 3, Luciani (João Paulo 1º) 4, Montini (Paulo 6º)", disse Accattoli.
Novas votações
Na tarde desta terça-feira, os cardeais podem fazer até mais duas votações. Existe a possibilidade de o resultado da primeira delas ser conhecido por volta das 17h30 de Roma (12h30 de Brasília), caso haja um papa eleito.
Cerca de uma hora e meia depois, ao final da quinta votação, é assegurada a comunicação entre a capela Sistina e o resto do mundo. Se o fracasso voltar a se repetir, haverá fumaça preta. Na hipótese de conclusão do processo eleitoral, a fumaça branca e os sinos da basílica de São Pedro anunciarão a escolha de um novo líder para a Igreja Católica.
Se não houver um candidato que agregue o total necessário dos votos até a noite desta quarta-feira, os cardeais tirarão a quinta-feira para descansar e fazer orações (na quinta-feira). Eles retomam as votações na sexta-feira (22).
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Ratzinger e Martini polarizaram o 1º dia do conclave, diz imprensa italiana
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Colaboração para a Folha Online de Roma
Os jornais italianos especulam, em suas edições desta terça-feira, sobre os resultados das votações de ontem, o primeiro dia conclave convocado para definir o sucessor de João Paulo 2º.
Para o vaticanista Luigi Accattoli, do "Corriere della Sera", o cardeal alemão Joseph Ratzinger, decano do Colégio de Cardeais, e Carlo Maria Martini, arcebispo emérito de Milão, devem ter polarizado a disputa na segunda-feira.
Segundo os vaticanistas, Ratzinger leva o voto dos cardeais conservadores, enquanto Martini é o principal nome dos progressistas.
"Ambos devem ter sido votados no escrutínio da noite desta segunda-feira. Ninguém pode dizer o que aconteceu, mas as vozes da vigília davam vantagem para Ratzinger e, votado por um bom grupo também, Martini. São duas candidaturas simbólicas, ou de bandeira, não para fazê-los papas contra as suas vontades [manifestadas antes do conclave], mas para uma verificação de orientações", escreveu.
Iniciado na tarde da segunda-feira, o processo de escolha do novo papa pode passar de 18 dias, data em que expira o tempo máximo de vacância da Santa Sé, de 35 dias --Karol Wojtyla morreu em 2 de abril.
De acordo com as novas regras, após 30 votações [nas quais o candidato deve alcançar dois terços dos votos], o camerlengo [líder interino do Vaticano] pode mudar o sistema, optando pela escolha por maioria simples, no caso de apenas os dois mais votados nas sessões anteriores disputarem o cargo. O conclave termina quando o novo sumo pontífice concorda com sua eleição.
A expectativa dos vaticanistas é que o conclave termine até esta quarta-feira, antes da pausa para repouso e orações. Marco Politi, do "La Repubblica", diz que os escrutínios desta terça devem servir para fortalecer as alianças e os apoios entre os cardeais-eleitores.
"Não é, obviamente, possível estabelecer em quanto tempo ocorrerá um consenso, mas não se pode excluir que as votações de amanhã podem ser decisivas", disse.
Já o vaticanista Accattoli, do "Corriere", aborda a possibilidade de o sucessor do papa João Paulo 2º ser conhecido ainda nesta terça-feira.
"É possível, de fato, que o novo papa chegue hoje. Ao longo desta terça-feira estão previstos quatro escrutínios, com os quais já serão cinco, junto do primeiro de ontem, e a história recente diz que três papas foram eleitos neste curto tempo: Pacelli (Pio 12) 3, Luciani (João Paulo 1º) 4, Montini (Paulo 6º)", disse Accattoli.
Novas votações
Na tarde desta terça-feira, os cardeais podem fazer até mais duas votações. Existe a possibilidade de o resultado da primeira delas ser conhecido por volta das 17h30 de Roma (12h30 de Brasília), caso haja um papa eleito.
Cerca de uma hora e meia depois, ao final da quinta votação, é assegurada a comunicação entre a capela Sistina e o resto do mundo. Se o fracasso voltar a se repetir, haverá fumaça preta. Na hipótese de conclusão do processo eleitoral, a fumaça branca e os sinos da basílica de São Pedro anunciarão a escolha de um novo líder para a Igreja Católica.
Se não houver um candidato que agregue o total necessário dos votos até a noite desta quarta-feira, os cardeais tirarão a quinta-feira para descansar e fazer orações (na quinta-feira). Eles retomam as votações na sexta-feira (22).
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