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04/01/2006 - 20h06

Polêmica marca carreira de Ariel Sharon

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da Folha Online

Figura altamente polêmica e atuante desde o nascimento do Estado de Israel, em 1948, o primeiro-ministro Ariel Sharon é um dos oficiais de maior destaque no Exército do país, comandando operações militares cruciais que influenciaram fortemente a trajetória israelense.

05.jan.2006/Efe
Ehud Olmert, primeiro-ministro interino do governo de Israel

Nascido sob o nome russo de Ariel Scheinermann, em 27 de fevereiro de 1928, na vila de Kfar Malal, um território palestino administrado pelo Reino Unido, Sharon tem pai de origem teuto-polonesa e mãe de origem russa. Ambos eram militares socialistas de visão secular.

Conhecido como "Arik", entre os amigos, o premiê israelense foi casado duas vezes. Sua primeira mulher, Margalith, morreu em um acidente de carro em 1962. Com ela, Sharon teve um filho, Gur, que morreu em 1967 após alvejar-se acidentalmente quando brincava com o rifle do pai. Sharon, então, casou-se com a sua cunhada Lily, irmã mais nova de Margalith, mãe de seus dois outros filhos Omri e Gilead. Lily morreu em 2000.

A entrada de Sharon no mundo militar se deu logo aos 14 anos, quando se incorporou à Gadna, um batalhão jovem paramilitar e, logo em seguida, à Haganah, outra força paramilitar que deu origem às Forças de Defesa de Israel. Dez dias antes da criação do Estado de Israel, Sharon foi gravemente ferido quando comandava um pelotão na Batalha de Latrun, em que tentava-se defender a comunidade judaica de Jerusalém.

Em 1951, depois de ser empossado oficial da inteligência israelense, Sharon iniciou estudos na Universidade Hebraica de Jerusalém em história e cultura do Oriente Médio.

Líder duro

Sua imagem de líder duro --Sharon chegou a ser apelidado de "trator"; já o legislador palestino Hanan Ashrawi chegou a classificá-lo de "obcecado e determinado" e "cruel"-- começou a ser construída aos 27 anos, quando assumiu a liderança da nova Unidade 101, uma força de operações especiais de Israel.

Em uma das ações sob seu comando, realizada para retaliar a infiltração de terroristas árabes em Israel, a unidade foi a um vilarejo na cidade de Kibya, hoje território da Jordânia, e 45 casas foram destruídas, matando 69 civis. Sharon afirmou que as casas estavam vazias, justificando que provavelmente os moradores estavam escondidos. O governo de Israel baixou uma ordem mais tarde proibindo matar mulheres e crianças. No entanto, Sharon disse que a ação em Kibya deixava uma lição: para cada ato de terrorismo árabe haveria um preço alto a pagar.

Analistas e biógrafos afirmam que Sharon, ao longo de sua carreira, costuma ser hábil para aumentar o alcance e a fama de seus feitos e tirar proveito para construir sua reputação entre a imprensa e a opinião pública. Outra tática era a de desafiar seus superiores, caso da Guerra do Sinai (1956), quando utilizou uma estratégia que provocou muitas baixas de ambos os lados. O ato provocou grande irritação no comando do Exército israelense.

Ousadia

No entanto, na Guerra dos Seis Dias (1967) e na Guerra do Iom Kipur (1973) suas decisões consolidaram sua importância entre os militares de Israel. No segundo evento, sua ousadia contribuiu para que o conflito fosse vencido pelo país, inicialmente acossado por tropas sírias ao norte e por egípcias ao sul. As forças sob o comando de Sharon foram as primeiras a cruzar o canal de Suez e, assim, encerraram a guerra --embora muitos digam que a manobra não foi apenas obra dele.

Mas, em 1982, outro incidente reforçaria a fama "linha-dura" de Sharon. À época, o atual primeiro-ministro era ministro da Defesa e organizou uma ofensiva --intitulada Operação Paz na Galiléia-- contra a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que usava o Líbano para desferir ataques contra Israel.

Após tirar Beirute das mãos da OLP, Sharon orquestrou uma manobra para empossar Bashir Gemayel, um presidente cristão a favor de Israel. Sob o comando da Síria, Gemayel seria mais tarde assassinado. Milícias cristãs, então, invadiram os campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila e massacraram civis sem que Sharon impedisse a ação.

Segundo estimativas mais conservadoras, o banho de sangue resultou no assassinato de 800 pessoas --outros números apontam para 2.000 mortos. Ariel Sharon não resistiria às pressões e logo renunciaria ao seu cargo.

Chegada ao poder

Em 1999, quando o premiê Benjamin Netanyahu (1996-1999) foi derrotado nas eleições gerais israelenses para o trabalhista Ehud Barak, Sharon assumiu as rédeas do partido direitista Likud. Após o fracasso de Barak nas negociações de paz com os palestinos, Sharon conseguiu ser empossado primeiro-ministro de Israel.

Sob o slogan de "Sharon é shalom", [algo como Sharon é paz], o cargo de premiê foi vencido com a formação de uma coalizão com o Partido Trabalhista.

Em 28 de setembro de 2000, Sharon visitou o Monte do Templo --Esplanada das Mesquitas, para os palestinos--, local sagrado para judeus e para muçulmanos. A visita foi um dos estopins da segunda Intifada [revolta palestina contra a ocupação israelense]. A ação de Sharon também serviu para enfraquecer o governo de Barak --"esmagado" nas eleições para premiê em janeiro de 2001 por Sharon, que prometia pôr fim ao terrorismo.

Com "Haaretz" e agências internacionais

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