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16/03/2006 - 08h59

Bush reafirma doutrina de ataque a outros países nesta quinta

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da Folha Online

O governo de George W. Bush divulga nesta quinta feira documento em que apresenta sua disposição e "direito" de realizar disputas bélicas, sem esperar que o oponente ataque. As afirmações constam da nova versão da "Estratégia de Segurança Nacional dos EUA", que será publicada nesta quinta-feira.

Conhecida como Doutrina Bush [que prevê ações militares preventivas com a justificativa de proteção], a versão atualizada identifica o Irã como inimigo principal dos EUA e também critica a Rússia e a China, segundo os quatro jornais que receberam antecipadamente o texto de 48 páginas, que será apresentado pelo assessor de Segurança Nacional, Stephen Hadley.

Em janeiro do ano passado, ao assumir seu segundo mandato frente ao governo dos EUA, Bush disse que daria prosseguimento à política que marcou seus quatro primeiros anos de governo [a Doutrina Bush] e que os EUA levariam "esperança a todos aqueles que vivem em tirania, sem esperança e oprimidos".

"A política dos EUA é conseguir e apoiar governos democráticos e eliminar a tirania do nosso mundo. Lançaremos mão de armas quando for necessário", declarou ele.

01.mar.2006/AP
George W. Bush, presidente dos Estados Unidos
O novo documento aponta que o país "tomará todas as medidas necessárias" para se defender das pretensões nucleares tanto do Irã como da Coréia do Norte, mas insiste que os EUA "não enfrentam nenhum desafio maior de um só país que o do Irã", segundo os jornais "The Washington Post", "Wall Street Journal", "The New York Times" e "Financial Times".

"Se for necessário, sob os estabelecidos princípios de autodefesa, não descartamos o emprego da força antes que ocorram ataques [contra os EUA], ainda se persistir a incerteza sobre o momento e o lugar do ataque do inimigo", diz o texto.

"Quando as conseqüências de um ataque com armas de destruição em massa são potencialmente tão devastadoras, não podemos ficar quietos enquanto crescem perigos graves", acrescenta.

Documento

A estratégia expande o plano de segurança desenvolvido pela administração de Bush em setembro de 2002, antes da invasão do Iraque.

A doutrina gerou polêmica na época, quando muitos críticos afirmaram que a estratégia era uma tentativa de justificar a invasão do Iraque, mesmo sem a localização de armas de destruição em massa no país.

O documento prevê que a "capacidade e habilidade" de um inimigo são suficientes para justificar uma "guerra preventiva".

Em sua versão revisada, Bush afirma que a política "continua a mesma" e que sua aplicação é "necessária" em alguns momentos. No entanto, o documento afirma que é necessário trabalhar "ao lado dos aliados" e que a diplomacia tem "forte preferência".

Segundo o jornal americano "Washington Post", o documento cita ainda tópicos como o genocídio, o tráfico de humanos e a epidemia de AIDS como questões a serem combatidas pela Doutrina Bush, descrita como "idealista em seus objetivos e realista em seus meios."

Irã

Em relação ao Irã, os atuais esforços diplomático, com os aliados europeus, para frear seu programa nuclear "têm que ser bem-sucedidos para que se evite um confronto", adverte a doutrina, citada pelo "Times".

Hadley assegurou ao jornal nova-iorquino que "a frase se aplica tanto ao Irã como à Coréia do Norte".

Um alto membro da administração de Bush disse ao "Financial Times" que o problema com o Irã não é só a questão nuclear, mas também seu apoio ao terrorismo.

Segundo o "Financial Times", o texto começa com uma mensagem taxativa: "Os Estados Unidos estão em guerra. Esta é uma estratégia de tempos de guerra exigida pelo desafio grave que temos diante (... ) o terrorismo fomentado por uma ideologia agressiva de ódio e assassinatos".

Com agências internacionais e jornais dos EUA

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