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Peça discute arte e engajamento político

"Armadilhas Brasileiras" utiliza o metateatro e a representação brechtiana para examinar universo cultural

Companhia do Feijão criou o espetáculo ao longo de 18 meses, com base em textos de Mário de Andrade e do elenco

MARCIO AQUILES DE SÃO PAULO

Resultado de um processo de investigação de 18 meses, "Armadilhas Brasileiras", nova peça da Companhia do Feijão, utiliza o metateatro para discutir a condição do artista na sociedade contemporânea.

A história mostra uma trupe durante os ensaios de um espetáculo épico, que discorre sobre a crise econômica mundial dos anos 1920.

A base dramática vem dos textos "Café", "O Banquete" e "A Meditação sobre o Tietê", de Mário de Andrade, além de trechos inspirados em Groucho Marx, Beckett e Maiakóvski, e também em depoimentos dos atores.

"Gostamos de trabalhar com tempo, sempre a partir de um tema-chave, como o porquê de a esquerda no país se endireitar' ou as características da alma brasileira", afirma o diretor Pedro Pires.

Dividida em dois atos, a peça tem estilo brechtiano de representação. Inclusive começa com a projeção de um trecho do filme "Kuhle Wampe" (1932), escrito por Brecht, em que se discute a queima dos estoques de café no Brasil.

O texto torna-se mais abstrato, e os atores discutem e parodiam o teatro pós-dramático, os teóricos dos estudos culturais e a arte conceitual.

"No início, a montagem é mais épica, com aspectos clássicos; depois, vira mais grotesca; por fim, transforma-se em minimalista, sem saída, nos moldes beckettianos", explica Pires.

Os colóquios entre os atores-personagens extrapolam a dialética do enredo por eles ensaiado, propiciando conversas sobre o sentido da arte revolucionária e o papel do artista na sociedade.

"A peça aborda os criadores dentro da indústria cultural, com todas as armadilhas que ela tem. Vemos também a dubiedade de comportamento dos artistas, presos entre as contradições do mecenato e da liberdade criativa", conclui o encenador.


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