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Peça com temática gay fica sem patrocínio

Apesar de prêmio de dramaturgia, espetáculo não conseguiu apoio de empresas, segundo a queixa dos produtores

'Tem Alguém que Nos Odeia' entrou em cartaz no Teatro Augusta graças ao dinheiro de colaboradores virtuais

MARCIO AQUILES DE SÃO PAULO

ATRIZES PEDIRAM R$ 25 MIL EM SITE DE COLABORAÇÃO COLETIVA E CONSEGUIRAM R$ 29,8 MIL PARA FAZER O ESPETÁCULO

Texto finalista do Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia Antônio José da Silva em 2011 e peça aprovada pela Lei Rouanet para captar recursos. Esses ingredientes não foram suficientes para que "Tem Alguém que Nos Odeia" conseguisse patrocínio.

As atrizes e produtoras Ana Paula Grande e Bruna Anauate buscaram por dois anos o apoio de grandes empresas, mas, segundo elas, a temática homoafetiva assustou possíveis investidores. A solução foi o financiamento coletivo.

"Procuramos grupos empresariais que considerávamos modernos, organizações que acreditassem na diversidade. Fomos pessoalmente explicar o projeto, mas todos enxergavam o tema como delicado", conta Bruna.

O argumento de que a questão da homossexualidade já é tema disseminado na mídia não convenceu nenhuma corporação a associar sua marca ao espetáculo.

"O foco da peça é a relação entre pessoas, a partir do casal. Existe a questão da criminalização da homofobia e da intolerância como pano de fundo, mas nem é o principal. Nem por isso as pessoas deixam de ver o tópico como tabu", completa Ana Paula.

Escreveram um projeto de "crowdfunding" e o colocaram em um site de colaboração coletiva. Estipularam R$ 25 mil e conseguiram R$ 29,8 mil para a peça, que estreou na quarta passada na sala experimental do Teatro Augusta.

Duas pessoas doaram R$ 2.000 e ganharam uma apresentação de "Qualquer Dia com Você, Comigo, com Qualquer Um", também dirigida pelo diretor José Roberto Jardim, em suas casas.

O pequeno espaço do teatro e a sala onde ensaiavam moldaram a adaptação.

"Optamos pelo minimalismo de cenário e por uma iluminação lateral que simulasse a luz natural do recinto onde ensaiamos Tem Alguém'. Transformamos esses aspectos práticos em conceitos da encenação", diz Jardim.


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