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Crítica - Comédia romântica

Filme usa fórmula batida de viagem ao passado

'Questão de Tempo' é como versão ficcional de famoso vídeo de autoajuda que recomenda o uso de filtro solar

O DIRETOR NÃO DISFARÇA O DESEJO DE ARRANCAR LÁGRIMAS DO ESPECTADOR COM AQUILO QUE TIVER À MÃO

RICARDO CALIL CRÍTICO DA FOLHA

Se a imitação é mesmo a mais sincera forma de elogio, "Feitiço do Tempo" (1993) deve estar entre os filmes mais admirados da história.

Embora tenha passado meio despercebido na época de lançamento, o filme já teve a sua fórmula básica --comédia romântica mais viagem/distúrbio no tempo-- plagiada dezenas de vezes desde então.

"Questão de Tempo" deve estar entre as imitações mais evidentes, mas não entre as mais indignas.

O diretor britânico Richard Curtis domina, como poucos, uma das metades da fórmula, com um currículo de comédias românticas que inclui "Quatro Casamentos e um Funeral" (1994), "O Diário de Bridget Jones" (2001), como roteirista, e "Simplesmente Amor" (2003), entre outras.

Na outra metade da fórmula, a viagem no tempo, ele não se mostra especialmente inspirado ou criativo, mas nunca perde o controle sobre a narrativa no vai e vem entre diferentes épocas.

Quando completa 21 anos, o tímido inglês Tim (Domhnall Gleeson) ouve de seu pai (Bill Nighy) um segredo: os homens de sua família têm a capacidade de viajar no tempo e mudar os acontecimentos de sua vida.

Ele decide usar esse poder para conquistar uma garota americana (Rachel McAdams) por quem se apaixona. Mas descobre que lidar com o tempo não é tão fácil, pois suas viagens mudam outras coisas de sua vida que ele preferia manter iguais.

Já a moral da história, muito parecida com a de "Feitiço do Tempo" e similares, não é tão difícil de decifrar: temos que viver cada dia plenamente, perceber a beleza de cada momento, para depois não ter vontade de mudar o passado.

FILTRO SOLAR

Em algum momento do filme, é citado aquele famoso vídeo de conselho aos jovens que começa com a recomendação para usar filtro solar.

"Questão de Tempo" não pretende ser mais do que a versão ficcional, em longa-metragem, desse simpático clipe de autoajuda.

E, como em seus filmes anteriores, Curtis não disfarça o desejo de arrancar lágrimas do espectador com aquilo que tiver à mão: doença do pai, acidente da irmã, casamento com chuva. Seu exercício de manipulação sentimental é tão descarado que chega a soar estranhamento honesto.


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