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Cantor sírio cult faz show pela primeira vez em SP

Com música dançante, Omar Souleyman é cultuado por indies ocidentais

Músico já colaborou com Björk e se apresentou durante entrega do prêmio Nobel da Paz em 2013

GIULIANA DE TOLEDO DE SÃO PAULO

Omar Souleyman já estava acostumado a ser o cantor de festas de casamento mais popular de Ras al Ain, sua cidade natal, no norte da Síria, próxima à fronteira com a Turquia.

A surpresa veio quando a sua mistura dançante de música techno com ritmos tradicionais árabes começou a ecoar também mundo afora nos últimos anos.

Pela primeira vez no Brasil, o cantor de 47 anos se apresenta em São Paulo amanhã, no Beco 203, como convidado do selo de shows Popload Gig.

O repertório será baseado em "Wenu Wenu", primeiro álbum de estúdio da sua carreira, lançado em outubro passado pelo selo britânico Ribbon Music.

Souleyman foi elevado ao status de cult no Ocidente após o músico americano Mark Gergis descobrir suas gravações em fita cassete, que já faziam sucesso em camelôs sírios, e decidir lançá-las como compilações.

Vídeos amadores no YouTube também ajudaram a disseminar faixas como "Leh Jani", em que os teclados, de tão rápido que são tocados, produzem uma melodia hipnotizante.

Para além do ritmo exótico, Souleyman também chama a atenção pelo visual, sempre com roupas tradicionais árabes, sem requintes de popstar. Usa túnica até o chão, "keffiyeh" (tradicional lenço, em vermelho e branco), óculos escuros de modelo aviador, bigode grosso e mantém uma expressão séria enquanto canta.

Em 2011, veio a consagração no mundo indie: a cantora islandesa Björk o convidou para remixar três faixas do álbum "Biophilia".

"Não nos encontramos durante o trabalho, mas, alguns meses depois, a conheci pessoalmente e tomamos um chá na sua casa em Reykjavík. Ela é uma pessoa adorável", diz ele, que não fala inglês e respondeu à entrevista da Folha por e-mail com a ajuda de um intérprete.

Com o impulso de Björk, foi um passo até o cantor ser convidado para turnês na Europa e shows em festivais como o inglês Glastonbury.

Apesar de não se posicionar politicamente e não responder a perguntas sobre a situação de guerra civil na Síria, Souleyman chamou a atenção também da organização do prêmio Nobel da Paz, que o escalou para um show durante a cerimônia do ano passado na Noruega.

"Sempre quis ser o melhor cantor possível e fico feliz que tenha chegado a esse ponto [o sucesso internacional]", conta. "Nada mudou na minha música desde então. Não vou comprometer nada no meu trabalho."


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