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Versátil, Giancarlo Giannini ganha mostra
Ator de 70 anos, conhecido por seus papéis políticos, tem carreira revisitada a partir de hoje em festival italiano
"O ator sozinho não faz nada, mas procuro ajudar", diz artista, que trabalhou com Scola, Visconti e Zurlini
Giancarlo Giannini, 70, pode não ser um ator conhecido pelos dotes de sedutor, como Marcello Mastroianni (1924-96). Mas o protagonista de "Pasqualino Sete Belezas" (1975), de Lina Wertmüller, primeira mulher indicada ao Oscar de direção, compensa na vida real.
Giannini, que está no Brasil para uma mostra com seus principais filmes no 8º Festival Pirelli de Cinema Italiano, pede para a reportagem da Folha esperar. Ele precisa saber quem é uma garota que ronda o Museu da Imagem e do Som. Tece galanteios à moça.
"As mulheres adoram", conta o ator. "Mas existe uma grande diferença entre falar e agir", completa, lembrando que é casado há 30 anos.
Um dos intérpretes mais versáteis do cinema italiano, Giannini ganhou respeito pela atuação em filmes engajados de Wertmüller, em que encarnava tipos simples na superfície, porém de agitada vida interior.Foi assim com o fazendeiro que planeja assassinar Mussolini em "Amor e Anarquia" (1973) e com o vingativo sobrevivente de campo de concentração em "Pasqualino".
Além disso, trabalhou com Valerio Zurlini em "A Primeira Noite de Tranquilidade" (1972), com Ettore Scola em "O Jantar" e com Luchino Visconti ("O Inocente", de 1981).
"O segredo de trabalhar com essas pessoas é respeitá-las. Você não vai mudar o mundo. O ator sozinho não faz nada, mas procuro ajudar, dou minha pitada de fantasia e espontaneidade", explica.
Apesar de todos os créditos, Giannini é conhecido por participações em blockbusters como "Hannibal" (2001) e "007 - Cassino Royale" (2006). "Marlon Brando uma vez me disse o segredo dele: 'Nunca ler o roteiro'. Vi que ele estava certo ao fazer os longas de James Bond, porque eu li o script e nunca estava claro se meu espião era bom ou não", brinca o ator.
Giancarlo Giannini também foi chamado para "Os Caçadores da Arca Perdida" (1981), de Steven Spielberg, e "Apocalypse Now" (1979), de Francis Ford Coppola, mas declinou. "Estava ocupado na época. Mas pude conhecer pessoas como Coppola e Spielberg, que viraram amigos. São mentes extraordinárias."
