Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Acontece

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Grizzly Bear mostra novo disco em SP

Nome forte do indie de Nova York, grupo cita de Miles Davis a Nara Leão em "Shields", que apresentará amanhã no Cine Jóia

Disco mais ambicioso da banda extrapola as fronteiras do rock alternativo com folk, jazz e até tropicália

RAFAEL GREGORIO DE SÃO PAULO

Em cartaz amanhã no Cine Joia, o Grizzly Bear ("urso-pardo") parece viver uma missão: fazer o termo "indie" significar cada vez menos.

Ao lado de nomes como Dirty Projectors e Animal Collective -para ficar nos expoentes da geração que estourou em 2009-, o quarteto extrapola as referências usuais do gênero. Art rock, folk, jazz e rock psicodélico ecoam nos temas de seu quarto trabalho.

Incensado em publicações de rock moderno, como o site "Pitchfork", o disco "Shields", de 2012, é o mote da apresentação no festival Popload Gig. Trata-se da viagem mais densa e ambiciosa da banda do Brooklyn, em Nova York.

Mesmo sem hits radiofônicos, como as antigas "Knife" e "Two Weeks", o álbum elevou o grupo a um novo patamar -estreia na América do Sul e, depois, vai à Ásia.

A banda nasceu como projeto solo do vocalista Edward Droste, 34. Nesses moldes, lançou o caseiro "Horn of Plenty", em 2004. No ano seguinte, o multi-instrumentista Daniel Rossen, 30, passou a dividir composição e vozes com Droste. Completam o time o baixista Chris Taylor e o baterista Christopher Bear.

Aaron Arntz foi há pouco incorporado à formação ao vivo, ao encontro da crescente complexidade dos arranjos. "Ele cobre sintetizadores, pianos e sopros que eu não conseguiria tocar", diz Rossen.

Em "Shields", ambientações oníricas camuflam camadas de instrumentos e vozes -todos cantam. O timbre sôfrego de Droste adorna detalhes, como o dedilhado ao fim de "Sleeping Ute".

Uma mesma canção ("Gun-Shy") pode soar lúdica como Belle and Sebastian e sedutora como Nick Drake. "A composição sempre nos foi uma válvula de escape. Falamos de nossas experiências, não de política ou história", esclarece Rossen, também ele um mosaico.

Quando pequeno, idolatrava Elvis Presley. Na adolescência, estudou ao som de Miles Davis e Bill Evans.

Apenas mais tarde Rossen teve contato com influências que norteariam o som do grupo, como o ícone alternativo Elliott Smith e a tropicália.

"Os primeiros discos de Caetano Veloso, Gal Costa e Nara Leão são muito familiares para minha geração", diz, com raro entusiasmo. "É um som aberto em que a virtuose técnica não é mais importante que a beleza das canções."

Perguntado sobre paralelos do grupo com os animais que lhe emprestam o batismo, Rossen se diverte: "Gosto do nome por ser vago, sem esoterismos. [O urso-pardo] é parte da paisagem americana. Ameaçador, largo, gosta de rolar [risos] Nosso som é bem manso. Nada a ver."

GRIZZLY BEAR
QUANDO domingo (3/2), 22h
ONDE Cine Joia (pça. Carlos Gomes, 82, tel. 3101-1305)
QUANTO R$ 180
CLASSIFICAÇÃO 18 anos


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página