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Crítica / Drama

Atriz inglesa Helen Mirren é maior atrativo de filme húngaro

ALCINO LEITE NETO ARTICULISTA DA FOLHA

Quais as chances de um pequeno filme húngaro, como "Atrás da Porta", num mercado dominado pelas produções americanas, como o Brasil?

São muito poucas. Por isso o melodrama de István Szabó aguardou tanto tempo nas gavetas do distribuidor, até que pudesse estrear em São Paulo junto com

"Hitchcock" e aproveitar o "buzz" em torno deste filme, já que ambos compartilham a mesma notável intérprete: a inglesa Helen Mirren.

O espectador paulista, portanto, tem a chance de ver a atriz em dois papéis muito distintos: na produção americana, em que ela encarna a discreta e poderosa esposa de Hitchcock, e no filme de Szabó.

Em "Atrás da Porta", Helen Mirren -cujo nome de batismo é Ilyena Lydia Vasilievna Mironoff, por causa do pai russo- encarna Emerenc, uma mulher de origem camponesa, embrutecida e severa, contratada como empregada doméstica por uma escritora (Martina Gedeck, a atriz alemã de "A Vida dos Outros").

Todo o mistério do filme gravita em torno de Emerenc e sua casa sinistra, onde ninguém jamais é convidado a entrar, por razões que nenhum vizinho sabe ao certo.

O segredo da empregada e sua casa (que não vale a pena revelar aqui) relaciona a vida dessa pequena mulher à história europeia, numa estratégia muito típica do cinema de Szabó, 75, o diretor de "Mephisto", interessado em examinar como cada um reage aos grandes impasses políticos.

Baseado num romance de Magda Szabó (nenhum parentesco com o diretor), best-seller na Hungria, "Atrás da Porta" tem na interpretação de Mirren, 67, e Gedeck, 51, os seus principais atrativos -daí o filme ser falado em inglês, e não na bela língua húngara.

Todo o cuidado de István Szabó volta-se, sobretudo, para as duas ótimas atrizes e os modos de ressaltar as suas performances, não importa se conduzidas por uma narrativa bastante convencional e se emolduradas por uma linguagem cinematográfica retrô e pontuada por lugares-comuns.


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