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Sonho possível
FGV vai oferecer cursinho para estudantes de escolas públicas
Só um dos 50 alunos que entraram neste ano na turma de administração pública da Fundação Getulio Vargas terminou o ensino médio em uma escola do governo.
Para tentar tornar o curso mais plural, estudantes da instituição, com apoio da direção, vão lançar no segundo semestre um cursinho para estudantes de colégios públicos. O objetivo é que eles tenham mais chances de passar no vestibular.
De acordo com Marco Antonio Teixeira, 47, vice-coordenador do curso, a ideia é que esse público deixe de se "autoexcluir". A mensalidade da graduação é de cerca de R$ 2.800.
"Nós temos políticas de bolsa. Se o aluno entrou por mérito, não vai deixar de estudar por causa de dinheiro."
Hoje, em torno de 25% dos estudantes de administração da instituição têm alguma ajuda financeira, desde bolsas totais até modalidades em que os valores são devolvidos após a formatura.
Existe a percepção de que atrair alunos de diferentes origens influencia na qualidade da formação.
"Um dos princípios fundamentais é aumentar a pluralidade de ideias e de valores. Isso vai ser positivo para o curso", afirma Bruna Henrique Caruso, 19, uma das responsáveis pela iniciativa.
O Insper, outra instituição de elite, com mensalidade média de R$ 3.050, adota o mesmo discurso.
De acordo com a gerente de relacionamento institucional, Camila Du Plessis, 6% dos 1.500 alunos têm alguma modalidade de bolsa. "É pouco, mas o que acontece é que muitos deles [estudantes de escola pública] não passam no vestibular."
As inscrições para o cursinho da FGV devem começar no fim junho e as aulas, em agosto. Os interessados serão avaliados por meio de questionários socioeconômicos e de entrevistas. No total, devem ser abertas 40 vagas.
As aulas serão ministradas por estudantes de pós-graduação e de mestrado da FGV.