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ADRIANA GOMES adrianagomes@vidaecarreira.com.br
Recorde e oportunidade
Empresas estão baixando o nível de exigência para conseguir contratar, mas o mercado ainda é muito seletivo
Somos um país de recordes e por isso temos muitas oportunidades! Apresentamos um dos piores índices de proficiência em inglês do mundo, segundo pesquisa da escola e agência de intercâmbios Education First.
Figuramos entre os três primeiros colocados em evasão escolar, só atrás da Bósnia Herzegovina (26,8%) e das ilhas de São Cristovam e Névis, no Caribe (26,5%). Isso quer dizer que um a cada quatro alunos que inicia o ensino fundamental no Brasil abandona a escola antes de completar a última série, de acordo com relatório do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
Vejo um cenário difícil, mas com oportunidades para aqueles que desejam fazer a diferença, ou seja, contribuir para uma sociedade melhor, sendo útil por meio do seu trabalho --melhorando a qualidade e a produtividade dos serviços por meio de seu empenho.
Trata-se de uma oportunidade para quem deseja estudar e se aproveitar dessa carência educacional. Também é oportuno para aqueles que investirem em áreas deficitárias, já que existe demanda, mas falta preparo da mão de obra. Atuar nessas áreas, com qualidade, pode ser altamente lucrativo.
Hoje, no Brasil, não falta "mão de obra". Faltam pessoas que queiram investir para seu desenvolvimento sociocultural e empresas e políticos genuinamente comprometidos com esses objetivos.
Na contramão do funk ostentação, que prega o desejo e a importância de ostentar objetos caros e valorizados socialmente, é preciso reforçar a importância do esforço e da dedicação.
Não se consegue todas as coisas apresentadas nas letras das músicas sem algum trabalho, sem um mérito. Trata-se de uma fantasia que não encontra respaldo na realidade da grande maioria da população.
O mercado é seletivo e vai continuar pagando bem a quem se destaca e dá retorno, ou seja, transforma o seu conhecimento em resultados para a empresa e os negócios. Isso segue sendo predominante, mesmo que algumas empresas estejam, em muitos casos, baixando o nível de exigência para conseguir contratar.
